Agora, se olharmos para a História, é fácil ver qual é a farda usada por aquela que porta a foice! Não pense que ela vem de preto! Ela vem vestida de religião! A religião é o Mal da História!
Desde que se tem notícia, sacrifícios dos mais diversos - inclusive humanos - eram realizados para a satisfação de(os) (D)deus(es). Na verdade eu nunca vi - nem li - sobre um pedido divino quanto à vida do próprio fiel, tipo: "Se mata que Eu vou ficar feliz pra caramba!" A dinâmica não é essa!
(D)deus(es) está sempre interessado no sangue do outro, na conversão do outro, na mudança do outro, na explosão do outro. O fiel é o espelho e o mundo tem que ser refletido por ele. É difícil concluir que isso causa a intolerância? E não venha me dizer que a religião A ou B não é assim. A sobrevivência de todas elas está baseada na arte da conversão, do convencimento de que o que você faz não é tão bom quanto aquilo que eu quero que você faça! Na verdade todos os seus problemas são, provavelmente, causados por você não fazer aquilo que creio que você deva fazer. Isso também se aplica ao homonianismo - uma palavra que eu inventei pra me referir à atividade de propagação religiosa do gwl - gay way of life.
Depois de ganharem o direito de liberdade de pensamento e comportamento as pessoas parecem querer usar as armas das quais fugiam. Que diferença faz para o mundo se sou gay ou heterossexual? Quanto empregos diretos e/ou indiretos vou criar se beijar a boca de um homem ou de uma mulher dentro de um shopping center? Que mudança o salário mínimo - ou o salário máximo, dos políticos, por exemplo - vai sofrer se eu gostar ou não do gwl?
Eu sou apenas um sujeito dentro de uma sociedade que não tem o dever de pensar como eu penso! E eu, como sujeito responsável, tenho que preservar a condição de liberdade de pensamento conquistada pela sociedade ocidental - a qual, me parece, também vem sendo perseguida pela sociedade árabe. Se você não concorda comigo, tudo bem! Vamos tomar uma cerveja que está tudo certo! O importante é que a gelada desça por nossas gargantas e não uma opinião, à força.
Mais uma vez vamos assistir à Cruzada Evangélica contra os Homossexuais (ou troca-troca - leia-se: vice-versa). Só porque eu acho que a família é uma entidade sagrada todo mundo também tem que achar? E se tiver alguém que não concorda? O que fazemos com essa pessoa? Matamos? Convertemos? Se eu me acho uma mulher presa num corpo de homem, o que faço com aqueles que me acham uma #Devassa? Processo? Denigro sua imagem?
Não seria mais fácil cuidar de minha própria vida e respeitar as escolhas dos outros, independente se concordo ou não? Bom, o histórico da humanidade talvez responda minha pergunta com um não! Mas, se não é mais fácil, não seria mais proveitoso? Eu sei que esse meu argumento não traz nada de inovador, mas é um saco entrar no twitter e me deparar com nomes como Bolsonaro e Marco Feliciano. Pessoas tão intolerantes quanto as por eles intoleradas. Gente que quer enfiar goela abaixo suas opiniões e pontos de vista.
Da mesma forma que não saio mostrando minha bunda - e nem o pinto - por aí, não esfrego minha opinião na cara das pessoas. Se não concordo, se acho nojento, blasfemo, atrasado, inadequado, preconceituoso, o problema é meu. Esse bate-boca televisivo e internético só serve para assoprar mais peido no isqueiro! Nas palavras do sociólogo Demétrio Magnoli, essas pessoas querem ser a polícia da opinião. Querem estabelecer os limites daquilo que é certo ou errado pensar. Conviver com pessoas que pensam e agem diferente de nós é fruto da democracia. É ela - a democracia - que permite que o gay viva no mesmo país do fundamentalista evangélico (isso apenas para citar dois grupos intolerantes - me perdoem a generalização!). E o espírito democrático deveria nos levar à boa convivência.
Quer dá, dê! Quer orar, amém! O duro é sufocar a sociedade com teologia e ideologia barata!
Mas isso é só a exposição da minha opinião num momento catársico - um bundalelê de considerações
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