balelas e abobrinhas
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segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Fazer com que uma nação acreditasse ser o País do Futuro foi uma jogada de mestre para fazer do Brasil um País sem Futuro
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Sucesso pouco é bobagem
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Daniel, mas voz de Guilherme e cara de... André?
...
...
...a Maitê Proença.
Começou com uma entrevista feita por telefone para noticiar a passagem de sua peça "Achadas e Perdidas" pela cidade. Mas, pelo telefone, ela não me chamou de André. Aliás, nunca me chamaram de André pelo telefone, o que reforça que eu tenho cara de André.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A Saga dos Filmes - parte 1
Eu já tinha contado aqui que decidi ver todos os ganhadores do Oscar de Melhor Filme desde 1940, quando o vencedor foi ...E o Vento Levou. A saga começou e três etapas foram vencidas. Facilmente, quero ressaltar.
Não adiantava, entretanto, ver 72 filmes sem fazer um registrinho acurado da coisa, atribuindo também uma nota de 1 a 5. Então aqui está a primeira leva, com os três primeiros. Vou tentar ser breve.
O Poderoso Chefão
Eu ia priorizar os filmes que ainda não vi. Mas, convenhamos, a cada vez que se vê O Poderoso Chefão há algo novo para descobrir. É quase como se fosse a primeira vez. E mesmo foi a primeira depois de eu ter começado a ler o livro que inspirou o longa. Aí se tem uma ideia um pouco melhor da grandiosidade desse filme, ao ver páginas e páginas transformadas em alguns minutos de película com a mesma carga de enredo, força e emoção. A direção seria fantástica por si só, mas quando se sabe que o filme quase não existiu, de todas as dificuldades da produção, entende-se como tudo conspirou para que nascesse essa obra prima. Assista sem sono. É preciso pegar todos os diálogos.
Ponto forte
Quase tudo é ponto forte, mas fiquemos com Brando e Pacino, fantásticos.
Ponto fraco
Só um, mínimo. O ator que faz Al Neri (o nome do personagem não é mencionado) não lembra, nem de longe, o que poderia ser o "novo Luca Brasi", nas palavras de Tom Hagem (a frase também não é falada no filme). A pose que ele faz pra matar Barzini é horrenda.
Nota: 5/5
Casablanca
Por que se fala tanto nesse filme? Porque ele merece. Vi pela primeira vez esta semana e perdi as contas de quantas cenas me fizeram ter vontade de aplaudir. As palavras escorrendo com a chuva num bilhete desolador. "La Marsellesa" sendo entoada quase como um ato heroico de guerra. Algo como o número 22. "As Time Goes By", a cada vez que soa. Há muito mais. Incrível como Bogart consegue ser tão expressivo... sem fazer quase. Incrível a simplicidade de rara beleza no sorriso de Ingrid Bergman. É difícil ter só um filme preferido, mas se o posto era ocupado pelo que está ali em cima, agora Casablanca, no mínimo, empatou. Preciso assistir mais algumas vezes.
Ponto forte
Roteiro magnífico e diálogos brilhantes.
Ponto fraco
Cadê? até agora, não achei.
Nota: 5/5
Os Imperdoáveis
Western é um gênero pouco presente em minha vida. Nunca vi nada dos antigos. Mas o que posso dizer é que esse é uma realização de Clint Eastwood. Tem a cara dele. Um boa história, bem contada, bem roteirizada. Tem uma grande atuação de Gene Hackman, que levou, aliás, a estatueta de ator coadjuvante. Merecido. Gosto mais do personagem dele do que o do próprio Clint Eastwood. Little Bill (interpretado por Hackman) tem as melhores frases do longa e não por acaso o escritor da trama fica fascinado pelo xerife.
Ponto forte
A cena de abertura já me ganhou, mas os detalhes na trama fazem a diferença (a miopia, a falta de talento na carpintaria, "bilhar no andar de cima").
Ponto fraco
O ritmo. Lento, acaba ficando um pouco arrastado para 2h10 de filme.
Nota: 4/5
Em breve tem mais.
Ainda estou com bastante vontade de ver Carruagens de Fogo. Conduzindo Miss Daisy e ..E o Vento Levou devem estar entre os próximos.
[Off-topic da semana]
Claro que vejo outros filmes além dos ganhadores do Oscar. A menção honrosa dessa semana vai para Máfia no Divã, que tem diálogos arrebatadores. Uma comédia de primeira grandeza. Aliás, que tem uma reprodução muito legal da cena em que Vito Corleone é baleado em O Poderoso Chefão (e vale lembrar que Robert de Niro, que representa o mafioso Paul Vitti, levou o Oscar de melhor ator coadjuvante ao interpretar o próprio Vito Corleone quando jovem - ambos, de Niro e o padrinho eram jovens -, no segundo filme da saga).
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O que eu faço no trabalho
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Baseado em uma história que poderia ser a sua!
Oiráto chega frustrado e desolado em sua casa, joga-se em sua cama e materializa sua revolta em lágrimas urros, socos e contorções. Sua honra ficara a alguns quarteirões de distância – ele acabara de chegar de uma audiência. Uma história não muito complicada que o fez perder a esperança e a alegria.
Sim, Oiráto era um rapaz de uma família boa, recebera boa educação. É bem verdade que fez escolhas erradas em sua vida. Nos últimos tempos ele sentia como se anos de sua vida tivessem sido desperdiçados. Mas honestidade, lealdade, compromisso com a verdade sempre pautaram seus dias. O mês que se estava por terminar marcava um recomeço em vários sentidos para Oiráto. Contudo, este dia amanheceu. E lá estava Oiráto, sentado diante de um jovem arrogante vestido com uma capa muito mais feia do que a do Batman e uma cordinha roubada da cortina da casa de alguma avó – o juiz de direito. Este sujeito se parecia com aquele garoto que sempre fora zuado na escola, que nunca era convidado para as festinhas e, constantemente era escalado como gandula nas partidas de futebol – ou de qualquer outro esporte – nas aulas de educação física.
Com uma franja rebelde e mal penteada, Odipútse, em suas primeiras palavras já demonstrou que aquelas seriam horas das quais Oiráto jamais se esqueceria. Não era a toa que Odipútse estava com aquela fantasia. Ele colocava um ponto final nas discórdias entre os cidadãos de Atsob. Oiráto nunca tivera muito sucesso em Atsob, justamente por isso resolvera se mudar de lá. Mas, seguindo as regras de seu país, Oiráto compareceu à audiência. Ele não encarava aquele que o colocara no banco dos réus – o pai do Darth Vader. Era isso ou vomitar. Oiráto não era culpado pelo incidente que o trazia aquele lugar. Na verdade, até o discurso de Odipútse ter início, Oiráto sentia-se muito confortável, pensando apenas no que iria fazer pra aproveitar seu dia de folga depois de toda aquela chateação.
Apesar de ter se arrependido de tantas coisas em seu passado, Oiráto era um rapaz estudado, até mesmo com algumas experiências internacionais. Sua vida acadêmica e profissional era incomum contudo, interessante. Mas que valor há nisso quando se tem um representante da justiça divina, adequadamente aparamentado no exercício de suas des (cof cof) funções? Oiráto nunca tinha exagerado nas brincadeiras com os losers da escola. Mas que diferença isso faz? Naquele momento alguém ia pagar e Odipútse, de antemão, já decidira que esse alguém seria Oiráto!
Pode parecer espantoso, mas Oiráto era um especialista em retórica. Ele entendia e sabia muito bem como preparar e expor um discurso. Mas não era amigo do Batman e sua avó vivia constantes jornadas entre sua casa e o hospital – quem teria coragem de roubar uma parte das cortinas de uma velhinha assim? Por incrível que pareça, há mais ou menos um ano Oiráto conhecera alguém capaz de fazer isso – o pai do Darth Vader.
O fato era que as palavras de Odipútse eram intermináveis. Oiráto já não sabia que horas eram. Não há dúvidas que ele preferia uma tortura física ao que via e ouvia. Mas o próprio Odipútse já informara o pai do Darth Vader de que isso não seria possível. Diante do que se passava, Oiráto compreendia que Odipútse não queria mais um livrinho em sua estante e tentava de qualquer modo colocar um preço em sua honra – ou você faz um acordou ou corre o risco de superfaturar sua honra. “Ah, eu devia ter jogado na mega-sena semana passada”, lamentava Oiráto. “Nesse país a honra tem preço!” Essa era uma verdade que seria aprendida ali em questão de alguns minutos.
Injustiça seja feita e, em menos de duas infindáveis horas, Oiráto tinha vendido sua honra. Não porque ele não a prezara, mas porque não podia correr o risco de vê-la sendo usurpada a um preço impagável – para ele, rapaz de boa família e de valores (não monetários) que na prática, não valem nada.
Outras coisas foram aprendidas naquele dia calorento. Uma delas é que a justiça é um ótimo negócio. Oiráto aprendeu – a custo de tiras e tiras de seu lombo – que em seu país é legalmente possível prejudicar alguém e ainda ganhar uma mesada mensal daquele que você fez de bobo.
Acalme-se! Os valores de Oiráto não foram abalados! Quem sabe a honra seja como uma parede a qual se possa erigir novamente. É evidente que Odipútse subestimou sua capacidade intelectual e tratou Oiráto como um otário! Tão evidente quanto os conflitos que Odipútise tinha face a face com um Homem. Claramente o pobrezinho via em sua frente os meninos chatos que o chacoteavam na infância.
Ao final, resta amadurecer! Especialmente quando Oiráto encontra nas palavras do iletrado o conforto irracional: mais tem Deus pra dar que o diabo (ou o Odipútse... ou o pai do Darth Vater) pra tirar!