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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Sucesso pouco é bobagem
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Daniel, mas voz de Guilherme e cara de... André?
...
...
...a Maitê Proença.
Começou com uma entrevista feita por telefone para noticiar a passagem de sua peça "Achadas e Perdidas" pela cidade. Mas, pelo telefone, ela não me chamou de André. Aliás, nunca me chamaram de André pelo telefone, o que reforça que eu tenho cara de André.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
A Saga dos Filmes - parte 1
Eu já tinha contado aqui que decidi ver todos os ganhadores do Oscar de Melhor Filme desde 1940, quando o vencedor foi ...E o Vento Levou. A saga começou e três etapas foram vencidas. Facilmente, quero ressaltar.
Não adiantava, entretanto, ver 72 filmes sem fazer um registrinho acurado da coisa, atribuindo também uma nota de 1 a 5. Então aqui está a primeira leva, com os três primeiros. Vou tentar ser breve.
O Poderoso Chefão
Eu ia priorizar os filmes que ainda não vi. Mas, convenhamos, a cada vez que se vê O Poderoso Chefão há algo novo para descobrir. É quase como se fosse a primeira vez. E mesmo foi a primeira depois de eu ter começado a ler o livro que inspirou o longa. Aí se tem uma ideia um pouco melhor da grandiosidade desse filme, ao ver páginas e páginas transformadas em alguns minutos de película com a mesma carga de enredo, força e emoção. A direção seria fantástica por si só, mas quando se sabe que o filme quase não existiu, de todas as dificuldades da produção, entende-se como tudo conspirou para que nascesse essa obra prima. Assista sem sono. É preciso pegar todos os diálogos.
Ponto forte
Quase tudo é ponto forte, mas fiquemos com Brando e Pacino, fantásticos.
Ponto fraco
Só um, mínimo. O ator que faz Al Neri (o nome do personagem não é mencionado) não lembra, nem de longe, o que poderia ser o "novo Luca Brasi", nas palavras de Tom Hagem (a frase também não é falada no filme). A pose que ele faz pra matar Barzini é horrenda.
Nota: 5/5
Casablanca
Por que se fala tanto nesse filme? Porque ele merece. Vi pela primeira vez esta semana e perdi as contas de quantas cenas me fizeram ter vontade de aplaudir. As palavras escorrendo com a chuva num bilhete desolador. "La Marsellesa" sendo entoada quase como um ato heroico de guerra. Algo como o número 22. "As Time Goes By", a cada vez que soa. Há muito mais. Incrível como Bogart consegue ser tão expressivo... sem fazer quase. Incrível a simplicidade de rara beleza no sorriso de Ingrid Bergman. É difícil ter só um filme preferido, mas se o posto era ocupado pelo que está ali em cima, agora Casablanca, no mínimo, empatou. Preciso assistir mais algumas vezes.
Ponto forte
Roteiro magnífico e diálogos brilhantes.
Ponto fraco
Cadê? até agora, não achei.
Nota: 5/5
Os Imperdoáveis
Western é um gênero pouco presente em minha vida. Nunca vi nada dos antigos. Mas o que posso dizer é que esse é uma realização de Clint Eastwood. Tem a cara dele. Um boa história, bem contada, bem roteirizada. Tem uma grande atuação de Gene Hackman, que levou, aliás, a estatueta de ator coadjuvante. Merecido. Gosto mais do personagem dele do que o do próprio Clint Eastwood. Little Bill (interpretado por Hackman) tem as melhores frases do longa e não por acaso o escritor da trama fica fascinado pelo xerife.
Ponto forte
A cena de abertura já me ganhou, mas os detalhes na trama fazem a diferença (a miopia, a falta de talento na carpintaria, "bilhar no andar de cima").
Ponto fraco
O ritmo. Lento, acaba ficando um pouco arrastado para 2h10 de filme.
Nota: 4/5
Em breve tem mais.
Ainda estou com bastante vontade de ver Carruagens de Fogo. Conduzindo Miss Daisy e ..E o Vento Levou devem estar entre os próximos.
[Off-topic da semana]
Claro que vejo outros filmes além dos ganhadores do Oscar. A menção honrosa dessa semana vai para Máfia no Divã, que tem diálogos arrebatadores. Uma comédia de primeira grandeza. Aliás, que tem uma reprodução muito legal da cena em que Vito Corleone é baleado em O Poderoso Chefão (e vale lembrar que Robert de Niro, que representa o mafioso Paul Vitti, levou o Oscar de melhor ator coadjuvante ao interpretar o próprio Vito Corleone quando jovem - ambos, de Niro e o padrinho eram jovens -, no segundo filme da saga).
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O que eu faço no trabalho
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Baseado em uma história que poderia ser a sua!
Oiráto chega frustrado e desolado em sua casa, joga-se em sua cama e materializa sua revolta em lágrimas urros, socos e contorções. Sua honra ficara a alguns quarteirões de distância – ele acabara de chegar de uma audiência. Uma história não muito complicada que o fez perder a esperança e a alegria.
Sim, Oiráto era um rapaz de uma família boa, recebera boa educação. É bem verdade que fez escolhas erradas em sua vida. Nos últimos tempos ele sentia como se anos de sua vida tivessem sido desperdiçados. Mas honestidade, lealdade, compromisso com a verdade sempre pautaram seus dias. O mês que se estava por terminar marcava um recomeço em vários sentidos para Oiráto. Contudo, este dia amanheceu. E lá estava Oiráto, sentado diante de um jovem arrogante vestido com uma capa muito mais feia do que a do Batman e uma cordinha roubada da cortina da casa de alguma avó – o juiz de direito. Este sujeito se parecia com aquele garoto que sempre fora zuado na escola, que nunca era convidado para as festinhas e, constantemente era escalado como gandula nas partidas de futebol – ou de qualquer outro esporte – nas aulas de educação física.
Com uma franja rebelde e mal penteada, Odipútse, em suas primeiras palavras já demonstrou que aquelas seriam horas das quais Oiráto jamais se esqueceria. Não era a toa que Odipútse estava com aquela fantasia. Ele colocava um ponto final nas discórdias entre os cidadãos de Atsob. Oiráto nunca tivera muito sucesso em Atsob, justamente por isso resolvera se mudar de lá. Mas, seguindo as regras de seu país, Oiráto compareceu à audiência. Ele não encarava aquele que o colocara no banco dos réus – o pai do Darth Vader. Era isso ou vomitar. Oiráto não era culpado pelo incidente que o trazia aquele lugar. Na verdade, até o discurso de Odipútse ter início, Oiráto sentia-se muito confortável, pensando apenas no que iria fazer pra aproveitar seu dia de folga depois de toda aquela chateação.
Apesar de ter se arrependido de tantas coisas em seu passado, Oiráto era um rapaz estudado, até mesmo com algumas experiências internacionais. Sua vida acadêmica e profissional era incomum contudo, interessante. Mas que valor há nisso quando se tem um representante da justiça divina, adequadamente aparamentado no exercício de suas des (cof cof) funções? Oiráto nunca tinha exagerado nas brincadeiras com os losers da escola. Mas que diferença isso faz? Naquele momento alguém ia pagar e Odipútse, de antemão, já decidira que esse alguém seria Oiráto!
Pode parecer espantoso, mas Oiráto era um especialista em retórica. Ele entendia e sabia muito bem como preparar e expor um discurso. Mas não era amigo do Batman e sua avó vivia constantes jornadas entre sua casa e o hospital – quem teria coragem de roubar uma parte das cortinas de uma velhinha assim? Por incrível que pareça, há mais ou menos um ano Oiráto conhecera alguém capaz de fazer isso – o pai do Darth Vader.
O fato era que as palavras de Odipútse eram intermináveis. Oiráto já não sabia que horas eram. Não há dúvidas que ele preferia uma tortura física ao que via e ouvia. Mas o próprio Odipútse já informara o pai do Darth Vader de que isso não seria possível. Diante do que se passava, Oiráto compreendia que Odipútse não queria mais um livrinho em sua estante e tentava de qualquer modo colocar um preço em sua honra – ou você faz um acordou ou corre o risco de superfaturar sua honra. “Ah, eu devia ter jogado na mega-sena semana passada”, lamentava Oiráto. “Nesse país a honra tem preço!” Essa era uma verdade que seria aprendida ali em questão de alguns minutos.
Injustiça seja feita e, em menos de duas infindáveis horas, Oiráto tinha vendido sua honra. Não porque ele não a prezara, mas porque não podia correr o risco de vê-la sendo usurpada a um preço impagável – para ele, rapaz de boa família e de valores (não monetários) que na prática, não valem nada.
Outras coisas foram aprendidas naquele dia calorento. Uma delas é que a justiça é um ótimo negócio. Oiráto aprendeu – a custo de tiras e tiras de seu lombo – que em seu país é legalmente possível prejudicar alguém e ainda ganhar uma mesada mensal daquele que você fez de bobo.
Acalme-se! Os valores de Oiráto não foram abalados! Quem sabe a honra seja como uma parede a qual se possa erigir novamente. É evidente que Odipútse subestimou sua capacidade intelectual e tratou Oiráto como um otário! Tão evidente quanto os conflitos que Odipútise tinha face a face com um Homem. Claramente o pobrezinho via em sua frente os meninos chatos que o chacoteavam na infância.
Ao final, resta amadurecer! Especialmente quando Oiráto encontra nas palavras do iletrado o conforto irracional: mais tem Deus pra dar que o diabo (ou o Odipútse... ou o pai do Darth Vater) pra tirar!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Longa missão de longas
domingo, 18 de setembro de 2011
Ler com os ouvidos
Estou lendo com os ouvidos.
Será que isso é bom?
Sou um amante da palavra no papel.
Aliás, os meios eletrônicos e até a e-ink do Kindle valem, mas os livros... bom, livros são livros.
Fico até meio desconfiado de quem escolhe não ler, sabe? Gente que estudou, que teve os meios, o acesso, mas que olha para um livro e diz que é muita coisa pra ser lida. Preguiça mental.
Por isso nunca havia ido atrás de um audiolivro. Pensei até arrumar algum pra ouvir preso no engarrafamento, mas ainda fiquei com a música mesmo (até porque ficar preso no trânsito não é algo, assim, que me acontece com regularidade). Agora, por causa do novo trabalho, em que falar, ouvir e escrever em inglês não só é necessário como é rotina, resolvi deixar o ouvido mais apurado. Como? Decidi pegar um audiolivro em inglês.
A princípio, fiquei meio ressabiado, com receio de "estragar" a experiência de um bom livro na voz de alguém o lendo para mim. Mas também não podia pegar qualquer livro. Já que eu vou ter que ler, mesmo que com os ouvidos, que seja um bom livro.
A escolha foi meio que natural. "Ice Cold", novo livro de Tess Gerritsen, autora que me conquistou nos últimos anos e que já citei aqui. Não o encontrei ainda em português e acho que ainda não foi traduzido. Botei os arquivos em um MP4 e comecei a ouvir no fretado, no caminho de ida e volta ao trabalho. E querem saber a verdade?
É uma experiência fantástica.
Ok, escolhi uma autora que gosto e com uma história muito bem contada (estou escrevendo aqui com vontade de estar "lendo" mais um pouco). Mas entendo que contribui muito para isso o excelente trabalho de Tanya Eby, narradora que descobri ter emprestado sua voz à leitura de dúzias de livros.
O trunfo de Tanya é agir naturalmente como narradora quando a voz é a do... narrador!, mas dar pequenas e diferentes impostações e entonações na voz quando os personagens falam. Ela não precisa da habilidade de Chico Anysio ou Tom Cavalcanti para criar dezenas de vozes diferentes. Com nuances da sua própria voz, consegue dar identidade a cada um deles, a ponto de eu já saber quem está falando já no início da frase.
De quebra, meu objetivo inicial foi alcançado. No primeiro dia, precisei me concentrar bastante para entrar na história. No segundo, já me peguei observando a paisagem entre Jundiaí e Hortolândia distraidamente, sem perder o fio da meada. No terceiro, era como se estivesse ouvindo em português. E o hábito de ler com os ouvidos foi ganhando espaço. Deixou de ser algo reservado apenas ao fretado para substituir meu antigo costume de ler antes de dormir. A diferença é que pude fazer isso com a luz apagada na noite passada.
E, no fim, descobri que ler com os ouvidos pode ser delicioso. Uma experiência que não é melhor nem pior do que um livro escrito, simplesmente porque elas não podem ser comparadas. São diferentes.
É verdade que, se eu tivesse que escolher entre ler Ice Cold com os olhos ou com os ouvidos, escolheria com os olhos. Mas não dispensaria mais com os ouvidos.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Dr. Batista, vai ser menino ou menina?
- Acabei de confirmar! Eu estou grávida!
Juliana estava contando para a mãe que teria seu primeiro filho. Ou filha.
Para ter certeza, só lá pelo quarto mês, se o bebê ajudasse no ultrassom, etecetera e talz.
- Claro que não, amor, dá pra saber antes -, alertou a mãe.
Juliana já se preparou. Por mais que estivesse doida de curiosidade, não acreditava nas técnicas populares de segurar linha de lã sobre a barriga, olhar para a colher ou para a mão, contar as sementes de um mamão papaya maduro, pedir para o futuro papai quebrar um ovo para ver qual pedaço da casca ficaria maior e tudo o mais o que já ouvia falado. Mas ela nunca havia falado no Dr. Batista.
- Filhaaa, o Dr. Batista é melhor que o Herculano da novela O Astro. Ele acerta todas. Ele foi meu obstetra e acertou que eu teria uma Juliana, e não um Fabrício.
Juliana estava cética, mas, de qualquer maneira, precisaria mesmo de um obstetra. Se fosse um velho conhecido de sua mãe, melhor. Conseguiu um encaixe para a semana seguinte e, até o dia da consulta, ouviu muito sobre a fama e os feitos de Dr. Batista. O médico não errava nunca. Sempre anunciava seu palpite e ainda o registrava na ficha da paciente para não ter discussão.
Quando, por acaso, alguma mamãe contestava o resultado do ultrassom que mostrava uma minhoquinha entre as pernas do bebê, dizendo "mas você disse que seria menina", o obstetra apenas apontava a ficha intocada sobre a mesa, confirmando sua previsão feita meses antes: menino.
Por essa fama, o Tistinha - apelido que veio de outro apelido, Batistinha, o filho do Dr. Batista - já falava que seria médico. Virava e mexia ele estava lá pequena brinquedoteca sala de espera e passava despercebido, já que a clínica contava também com pediatras. Naquela tarde, Tistinha resolveu se aventurar pra dentro da sala do pai. Ficou à espreita e viu o médico dizer à secretária: "Traga a próxima paciente e peça que ela aguarde que eu já venho". Esperou o pai entrar no banheiro, a secretária sair para a recepção e esgueirou-se pra dentro da sala. Ficou no nicho entre o armário e a parede. Queria observar o que o pai fazia.
Mas quem entrou primeiro foi a secretária, trazendo Juliana.
A consulta se seguiu normalmente, foram feitas as perguntas habituais e, claro, Dr. Batista lembrou de quando a mãe de Juliana esteve em seu antigo consultório e de como ela ficou feliz ao saber que teria uma menina.
Então chegou o momento esperado. Dr. Batista olhou para suas anotações e alternou essas examinações com olhares nos olhos brilhantes de Juliana. Ali no seu cantinho, Tistinha observava tudo, tentando descobrir a técnica profética do pai (ainda que ele não tivesse a mínima ideia da existência da palavra "profética").
- Juliana, você vai ter uma menina.
Ela não sabia como ele poderia saber. Ele também disse que não sabia. Apenas tinha uma intuição.
- Não é garantido! É apenas um palpite. Graças a Deus eu tenho acertado ao longo de todos esses anos. Mas não é 100%. De qualquer maneira eu vou anotar na sua ficha pra gente ter guardado. Me-ni-na. Pronto.
Juliana se despediu e ficou de marcar retorno. Dr. Batista discou o ramal da recepção e pediu para a secretária esperar para chamar a próxima paciente porque ele tomaria um café rápido.
Assim que o pai saiu da sala, Tistinha correu para a mesa, curioso para ver a ficha que havia ficado lá. Ele não entendeu o que o pai tinha escrito e nem era por causa da letra, que até era inteligível (ainda que Tistinha não tivesse a mínima ideia da existência da palavra inteligível). Ele leu o que o estava escrito, só não entendeu porque aquilo estava escrito. Deu de ombros e saiu da sala.
Na ficha de sua nova paciente, estava anotado em letras maiúsculas de forma:
MENINO.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Amy Winehouse - Uma vida dos outros
Por isso sempre achei que tempos bem vividos não necessitam daquilo que minha mãe chama de muletas psicológicas. Não preciso ficar high pra ser feliz. Além disso, me recordo bem do que aconteceu, como nos dois últimos sábados entre novos amigos: muita diversão, muita risada e muitas lembranças!
Fiquei triste ao saber da morte de Amy Winehouse. Não por conhecê-la nem por ser seu grande fã (sua voz era incrível, mas seu repertório nunca me agradou muito), mas por lamentar duas coisas: 1-) que ela não tenha tido tempo para se redimir, dar a volta por cima - eu tinha essa esperança; 2-) por crer que uma cantora excepcional, com uma voz estilo grande diva do jazz e soul das antigas, tenha tido uma vida dos outros.
Cabe destacar: uma vida dos outros é bem diferente de viver pelos outros. Ao viver pelos outros, a pessoa doa a si mesmo para melhorar a vida de outras pessoas. Uma vida dos outros é ter pedaços de si e seu tempo roubados.
É essa a sensação que tenho com Amy. Conforme a fama crescia, ela ia tendo sua vida roubada por amigos (amigos?), álcool, drogas. As marcas eram bem mais profundas do que os comentados cambaleios nos palcos, o mamilo pra fora do biquíni no hotel em Santa Tereza: estavam na pele marcada, não pelas tatuagens, mas pelos sinais do abuso; em seus olhos, que foram perdendo a vida.
Não faço aqui um ataque enlatado aos abusos de Amy. Como definiu John Stuart Mill, levando a ecos em Cazuza, cada um tem o direito de fazer mal a si mesmo, desde que não faça mal a outros. Também não vou atacar quem estava por perto dela, cobrando a notória falta de apoio para que ela tivesse uma vida um tiquinho mais regrada, que decidisse parar com os "no, no, no" para a rehab. Aliás, mesmo que me juntasse a milhares de fãs e curiosos pra fazer isso, a cantora já se foi.
O que eu posso fazer é (tentar) impedir quem está perto de mim a entrar nessa mesma espiral trágica. Oferecer a mão. Dar uma palavra de apoio. E incentivar quem lê aqui a fazer o mesmo com quem está perto de si.
Também espero estimular quem precisa de ajuda a pedir ajuda (mesmo que seja difícil reconhecer isso).
Amy se foi, mas se tornou imortal por sua obra.
Nós, mortais, corremos o risco de nada deixar.
Ou, pior, corre-se o risco de viver uma vida fora de si.
E... viver fora de si é viver?
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Notas, apenas musicais
No país do samba, numa manhã de outono
Ao som do tango, a última ligação
Milonga, me queira, me ame, me beije!
A sua voz, o seu jeito de falar
Já me mostram que não passo de um mero Fã.
Mais um que bateu à sua porta, sonhando em quebrar suas correntes
A corda do meu violão arrebentou
Foi a corda Lá
Ninguém estava tocando
Devem ter sido a tensão e dor que estão no ar.
Quisera ter sido a Ré
Pra que eu pudesse voltar àquela noite
E ter feito tudo diferente
Você estava ao alcance dos meus braços
E agora só meus pensamentos te encontram.
Dói uma dor desumana sem dó
Esta que é a nota mais miserável
Quando dirigidas a mim
O som das suas palavras parecem estar nesse tom
Si até o Sol e a lua por vezes dividem o mesmo céu
Por que eu e você não podemos dividir a mesma história?