domingo, 4 de novembro de 2007

Novembro

a palavra espera é certamente a mais bela. quem espera realmente precisa perder o juízo para viver o improvável, inviável, incerto. mesmo naqueles dias em que os sentimentos inesperados juntam-se à chuva que não cessa e a cabeça pesa. enquanto o coração encharcado questiona se o tempo é mesmo incontrolável. passam-se os dias, meses, anos e apóio a minha esperança na rotina, enquanto a angústia insiste em grudar na retina. meus pensamentos se perdem em rimas numa busca incessante por respostas que expliquem essa ausência. porque a tua simples presença transforma o mundo de desencontros em encontros, suspiros, abraços e beijos. sobram palavras, perde-se a fala e o choro cobre a voz num interminável desejo de te olhar. dobro os joelhos e peço perdão pela minha insensatez em te amar com todos os meus defeitos possíveis confessos. quero ser transparente, escancarar minha mente. preciso deixar de lado os lamentos pelos instantes perdidos, o torturante desejo de completar o incompleto, de agir por impulso, agarrar-te pelo pulso. esperar é minha escolha presente feita no passado que insiste em acreditar que você realmente existe ao meu lado num futuro próximo.

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