quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

What if...

Quem nunca ouviu o velho ditado ”nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje?” Não sei por que temos essa mania de postergar, adiar as coisas que temos que fazer: o médico, a dieta, a academia, o dentista, o casamento, a separação, o pedido de perdão... É claro, tudo tem seu tempo, mas muitas vezes deixamos o tempo certo passar. Talvez a culpa seja do medo, esse sentimento cruel que nos paralisa sem dó. O medo do fracasso, da dor, da verdade, da rejeição... E se errarmos? Se estragarmos tudo? Também podemos consertar, ou pelo menos tentar. Acho que hesitamos demais.

São tantos livros de auto-ajuda, nas revistas pipocam artigos cheios de lições sobre a vida e relacionamentos, teorias filosóficas, teorias familiares, opinião do pai, da mãe, do vizinho, da avó, do melhor amigo... Todos tentam nos alertar e nos ensinar o melhor caminho a seguir. Mesmo assim, muitas vezes, só nos resta ouvir a nós mesmos. Temos que cometer nossos próprios erros, aprender nossas próprias lições.

Hoje me lembrei de um quadro infantil - acho que era no programa do Sérgio Malandro (Rááááá!) -em que as pessoas tinham que colocar a mão numa cumbuca, de olhos vendados, sem saber o que tinha lá. Às vezes tinha bichos, como cobra, sapo, baratas. Outras havia uma gosma verde, lama, ou simplesmente espuma, bolinhas de isopor ou confete. O legal é que no fundo da cumbuca tinha um prêmio. Muita gente nem se atrevia a meter a mão lá, por medo do desconhecido… e ficavam a ver navios.Não tem jeito, temos que parar de adiar decisões e colocar a mão na massa (ou na cumbuca) e aprender que saber a verdade é melhor do que ficar tentando imaginar como poderia ter sido ou como pode ser. Andar é melhor que ficar parado, trabalhar é bem melhor que esperar ganhar na loteria, malhar é mais vantajoso que tentar emagrecer... e por aí vai. E mesmo diante da pior derrota, do irreparável erro, da tristeza de uma decepção... nada é pior do que aquele sentimento vazio de nunca ter tentado.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Seriously

Mais uma vez estou de mudança, mais uma vez de malas prontas. Vai começar tudo de novo, outra vez. Desta vez bem melhor, bons ventos sopram a meu favor. Mudanças, ninguém gosta de mudanças. Por mais que eu diga que gosto de coisas novas, lugares novos... não é fácil deixar amigos, parentes, sonhos, lugares que amamos pra trás. Mas é impossível evitar que elas aconteçam. Elas sempre nos pegam de jeito. E a vida é não dá mole: ou nos adaptamos às mudanças ou nós é que ficamos pra trás. Como não me permito ficar pra trás, já estou de malas prontas pela milionésima vez.

Acho que cresci muito nos últimos dois anos. Crescer dói pra caralho. Quem disser que não está mentindo. Mas admito que às vezes as mudanças fazem bem, às vezes as mudanças são tudo o que precisamos. Chega um dia em que a vida se coloca à nossa frente como um cardápio. Temos que fazer uma escolha. Ou optamos por algo que já provamos - “o de sempre” - ou experimentamos o desconhecido, o inesperado. Eu sei, é bem mais fácil andar na margem de segurança, não arriscar: nosso passado nos atropela com velhas lembranças. O que já vivemos nos guia, nos molda, nos acovarda algumas vezes, nos encoraja em outras. Feridas que já deveriam estar cicatrizadas às vezes voltam a doer. Nossa história ressurge hora após hora. Então nessa hora precisamos parar e lembrar: que a história mais importante é que estamos vivendo hoje.