terça-feira, 30 de outubro de 2007

"Pede pra sair 01!"

O filme Tropa de Elite está fazendo tanto sucesso que já dita moda. O capitão Nascimento dita oredem até nas camas. O sucesso da produção que conta a história do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro, inspirou, acreditem, uma coleção de lingeries sensuais. Os uniformes, disponíveis em dois modelos (um shortinho e top em preto com aquele “caveirão” do Bope estampado e um macaquinho camuflado) estão à venda numa sex shop do Rio de Janeiro por R$ 189,90. A procura é grande.

O sucesso do filme também chegou ao comércio especializado em fardas militares. Vendedores estimam que a procura por uniformes semelhantes aos usados pelos policiais do Bope cresceu 30% desde que o filme foi pirateado. Uma loja no Centro do Rio vendeu 20 conjuntos para civis mês passado. Os compradores iriam participar de festa à fantasia. Cada um gastou cerca de R$ 250 para sair parecido com os PMs do Bope. Segundo os vendedores, peças separadas também estão sendo usadas nas ruas.

O Cara

Depois de Zé Pequeno, de Cidade de Deus, o Capitão Nascimento se tornou o personagem mais popular do cinema brasileiro dos últimos anos. No Orkut existem 267 comunidades pra ele. Destaque para a oficial com 62.985 membros e para a “Capitão Nascimento Presidente”, que tem a seguinte descrição:

» Nas Cpi's, os depoimentos os depoimentos todos seriam utilizados os "sacos da verdade"

» O Capitão iria a Brasília toda semana, mais ele iria "Armado Cumpadí" e de roupa preta!

» Se algum parlamentar achasse o discurso sobre estratégia chato ele irá tirar o pino da granada e mandar o parlamentar segurar.

» Ele acabaria com a divida externa, botando tudo na conta do Papa.

» Ele esfregaria a cara desses políticos safados no corpo de todos os que morrem por causa das verbas desviadas da saúde, da segurança, da educação, daria uns tapas na cara deles e diria a verdade:"Quem matou esse aqui, foi você, seu viado".

Grudou na boca

Andando por aí é fácil encontrar pessoas que e já atendem por “zero-um” e “zero-quatro” como se fossem seus nomes de batismo. Capitão Nascimento está em todas as rodas. Para a diversão de quem viu o filme, segue uma lista de histórias inventadas para o inesquecível personagem:

- Você nunca mais ouviu falar em Chuck Norris? Pois saiba que o Chuck Norris queria entrar no BOPE, mas o Cap. Nascimento fez ele desistir apenas dizendo: “Você é o novo xerife, sr. 08!”, depois disso ele nunca mais foi visto!

- Deus disse que iria fazer o mundo em 7 dias. Cap. Nascimento disse bem alto: “Faça em 6, sr. 01!”

- Cap. Nascimento dorme com a luz acesa, não porque ele tem medo do escuro, mas o escuro teme ele!

- Cap. Nascimento joga roleta russa com uma arma inteiramente carregada, e ganha.

- A farda do Cap. Nascimento é preta porque nenhuma outra cor quis ficar perto dele.

- Cap. Nascimento dorme com um travesseiro debaixo da arma.

- “Principais causas de morte no Brasil: 1. Ataque do coração 2. Cap. Nascimento 3. Câncer”, a opção 1 é a maior porque a maioria dos bandidos morrem do coração quando vêem o capitão.

- O Capeta queria entrar no BOPE, mas o Cap. Nascimento fez ele desistir apenas dizendo: “666, Você é o novo xerife!”

- Cap. Nascimento é a razão de Bin Laden ainda estar se escondendo.

- Cap. Nascimento não sai de lugar nenhum devendo ninguém, sempre põe na conta do Papa!!

- Quando Deus disse “Que se faça a luz!”, Cap. Nascimento falou “Tá de sacanagem, sr. 01? Tá com medinho do escuro, sr. 01?”

- Getúlio Vargas não cometeu suicídio, ele só pediu pro Cap. Nascimento: “Na cara não, pra não estragar o velório.”

- Quando Deus resolveu criar o Universo foi pedir permissão ao Cap. Nascimento e ele respondeu: “Senta o dedo nessa porra!”

- A roupa do Super-homem era preta até o Cap. Nascimento dizer: “Tira essa roupa preta porque você é moleque!”

- Cap. Nascimento trabalhou como negociador da polícia. Seu trabalho era ligar para os seqüestradores e dizer: “Pede pra sair!”

- Quantos Cap. Nascimento são necessários para trocar uma lâmpada? Nenhum, Cap. Nascimento também mata no escuro.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fuck the pessimists!

Depois de duas semanas em Maringá, as coisas começam a voltar como sempre foram. As mesmas discussões, reclamações, manias e brigas. Meu pai não perde o costume de querer me “ajudar” dando palpite em tudo - o tempo todo - em que faço; a minha irmã mais nova e sua vida de princesa; o som da batedeira da minha mãe que trabalha mais do que seu corpo suporta e muito, muito mais. Estresse é a palavra-chave por aqui.

Novidade, por enquanto, apenas o meu sobrinho de três meses e a farmácia dos animais. Minha gata com mais de 13 anos e meu cachorro que já passou dos 10 estão sofrendo o peso da idade. Vivem no veterinário e dão mais trabalho que uma criança. Além disso, agora temos um gambá aleijado (de estimação) das pernas traseiras que meu pai cuida há quase um ano – é hilário. Junta tudo isso com um calor infernal e um sentimento de incerteza sobre o futuro e tente imaginar no que dá. É quase uma tortura.

Família é benção, sim. Apesar dos pesares não posso ficar reclamando dos meus pais, minhas irmãs, dos cachorros e gatos. São pessoas boas demais. Mas aqui é a casa deles, essa é a vida deles. O problema é que depois de tanto tempo longe disso tudo, de ter um estilo e ritmo de vida próprio, uma rotina tranqüila, liberdade e não ter que dar satisfação pra ninguém, voltar pra cá é como dar um passo pra trás. Eu voltei a ser, simplesmente, a filha de meus pais. Triste é, naqueles momentos de hiper-mega-estresse-familiar, ter que ouvir “porque você não volta pra sua casa”. Então fica uma leve impressão de que aqui não é mais a minha casa. Pior, eu nem tenho “casa” pra voltar. Que merrrrrrrda!

Nessas horas não tem jeito. Ou você chuta o balde, se deprime, faz as malas e some, ou entrega pra Deus e encara a fase como um “tratamento”. Eu preciso enfrentar. E é preciso muita fé pra acreditar que o jogo pode virar a essa altura do campeonato. Mas eu ainda tenho esperança. Não sou perfeita, sei que erro muito, cometo minhas falhas e tenho minhas neuras. Não tenho vergonha de assumir meus defeitos e sou péssima em escondê-los. Mas também sou batalhadora, honesta e teimosa. Ainda não entreguei os pontos. E se a minha fé permitir, não vou entregar. O meu dia ainda vai chegar. Nem que eu tenha que buscá-lo a força, mas vai chegar.

Quando é bom ser brasileiro


Notícia publicada neste domingo, entre outros lugares, nos jornais da rede Bom Dia:

Homem perde 46 camelos após cantada em mulher
Um beduíno foi condenado, no Egito, a pagar 46 camelos por ter “cantado” uma mulher pertencente a outra tribo
, na última sexta-feira. Reunidos em um acampamento no sul da Península do Sinai, onde vigoram leis especiais impostas pelos próprios beduínos, os membros de um tribunal ordenaram que o homem tivesse a língua cortada, mas essa pena foi trocada pelo pagamento dos camelos.Por estar dirigindo no momento em que incomodou a mulher, ele vai perder o veículo.

É nessas horas que agradeço por ser brasileiro.
Ufa!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Quando eu tiver 43

A bela, inteligente, talentosa e ousada atriz Juliette Binoche, 43 anos, é capa da revista Playboy francesa de novembro. Segundo o site da revista, há duas séries de fotos com a atriz, sendo uma de nu integral. Em entrevista à agência La Presse Canadienne, a atriz afirmou que foi convencida a fazer o ensaio nu por um time de jovens que querem mudar a imagem da Playboy no mundo, começando pela edição francesa. Segundo Juliette, a decisão de posar para a revista foi um ato de militância e coragem.

Juliette Binoche já apareceu nua em diversos filmes, como em Chocolate (2000), no qual divide cena com o astro Johnny Depp. Ela é uma das atrizes mais requisitadas do cinema francês. Ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante por O Paciente Inglês, em 1997, e graças ao sucesso de Chocolate, em 2000, não pára de ser requisitada para seus marcantes papéis no cinema mundial. Só neste ano, faz parte de três longa-metragens; para 2008, tem quatro já em curso, todos franceses.

Binoche tem em seu currículo participações em filmes como A Fraternidade é Vermelha (1994), A Igualdade é Branca (1994) e A Liberdade é Azul (1993), de Krzysztof Kieslowski, A Insustentável Leveza do Ser (1988), de Philip Kaufman, Caché (2005), de Michael Haneke, e Chocolate (2000), de Lasse Hallström.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Letras irmãs

Além de escrever bobagens, ainda componho bobagens. Música e letra.
Em uma noite de lua crescente, tive de consolar uma amiga triste e, daí, saíram duas letras "irmãs". As expressões e figuras de linguagem são até parecidas. Na verdade, fiz duas letras sob a mesma inspiração. Não sei de qual delas gosto mais. Então, publico as duas lado a lado. Ainda não fiz música.

Letra 1Letra 2
Só um sorriso
Não quero mais nada
Sua alegria me basta
Pra fazer minha noite feliz

Em seus olhos
Marejados, rasos d’água
Mora minha tristeza
Torna o redor todo gris

Sua dor me rasga por dentro
Não tenho sequer coragem pra perguntar
Queria te trazer o alento
No mínimo poder te ajudar

Vou te tirar pra dançar,
Quem sabe, assim
As cores voltem
Pra você e pra mim

E, se precisar
Me ligue depois
Conte o que passou
Conte comigo sem fim
A falta do seu sorriso
Ofusca a lua crescente
Melhor seria seu riso
Melhor se estivesse contente

Seus olhos rasos d’água
Me rasgam todo por dentro
Queria expulsar sua mágoa
Queria trazer seu alento

Mas sei que não depende de mim
Nem me atrevo a perguntar o que rola
Só vou te convidar pra dançar
Quem sabe o balançar te consola

Sou fraco, eu reconheço
Mas viro seu mundo do avesso
Se preciso for

Não sei de onde vem a tristeza
Só carrego comigo a certeza
Do meu amor

"O meu lar não é um estado. É um soneto."

"Durante quase dez anos tentei ser outra pessoa, mas a verdade sempre esteve em meu rosto. Existem coisas que você carrega para sempre, e elas não precisam de autorização para transitar pelo seu caminho. Porque elas já nascem com você. Tudo é muito mais simples do que parece. No final das contas, por mais sucesso que faça, por mais fracassado que seja, por mais droga que consuma, por mais diferente que tente ser, no final das contas você é apenas o filho de seus pais."

- André Takeda em Cassino Hotel -

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Para o homem que tem alma no nome

Porque você é um homem que tem alma no nome e um sorriso que seduz, eu prometo amor eterno, salvo se você se tornar uma pessoa comum, o que, aliás, você nunca vai ser porque você acorda cedo, não gosta de cuecas, tem um ar desencanado e não gosta de arroz.

Porque você é um homem que tem alma no nome e chorou muitas vezes no meio da madrugada por não conseguir dormir e ficou tendo pesadelos quando a insônia dava trégua. E porque você fica sonhando com dragões, fica me acordando no meio da noite em busca de calor, e isso me preocupa, porque vou querer carinho nas minhas noites de insônia, mas você vai estar longe demais pra eu poder te abraçar.

E porque quando você começou a gostar de mim procurava identificar todas as nossas afinidades, até mesmo uma pinta no pé, para fazer comparações e traçar paralelos que um dia poderiam ser unidos. E porque você tem um rosto lindo, cabelos grisalhos e anda cantando como um pop-star maluco, mas nunca consegue ser chato. É quase uma celebridade.

E porque você é um homem com alma no nome, eu te desejo horas, dias e anos de felicidades, de preferência ao meu lado: quando não me quiser mais por perto eu sei que vou chorar, mas se escolher se mandar, eu prometo tentar entender, porque eu te entendo.

E porque você é um homem que nunca desiste e suas mãos foram feitas com algodão, e tem olhos tristes; porque você é um homem que não deixa ninguém perceber do que tem medo. E você vai ficando nervoso com as pernas inquietas quando as coisas fogem do seu controle. E porque você é um homem com alma no nome e cativou meu coração com uma carta escrita à mão e adora vinho e café, eu lhe peço que me sagre sua Constante e Fiel Companheira.

E sendo você um homem com alma no nome, eu lhe peço também que nunca me deixe sem a tua presença – mesmo que distante –, como naquele longo ano em que me esqueci como era teu gosto. A vida fica muito silenciosa e escura sem tua presença que não consigo chegar a lugar nenhum; tudo ao meu redor parece me olhar com pena; é um vazio tão grande que os homens nem ousam me amar porque dariam tudo para ter uma maluca penando assim por eles: com a mão na boca, sentada sobre a perna direita e com aquele olhar distante.

E porque você é o único homem com alma no nome que eu conheço, eu escrevi um texto tão bonito para você, a fim de que, quando eu desaparecer, você possa ler e reler minhas palavras, pensando naquele pedaço que eu peço que fiquemos “juntos até nos tornarmos velhinhos que usam all-star”.

E já que você é um homem com alma no nome, eu estou vendo você se despir agora e me levanto para recolher você no meu abraço, e o mundo à nossa volta se faz silencioso ao testemunhar nossos corpos que compartilham segredos nunca escritos, nossas dores, nossas frustrações. Porque você é um homem com alma no nome, com um coração que não deixa o teu corpo descansar, eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é diferente de todos os amores que eu já tive e que todos os homens que eu cheguei a amar não eram mais que tristes estátuas que não conseguiam enxergar esse verdadeiro eu inquieto dentro de mim que já havia desistido de te encontrar. Mas o destino foi passando você de mão em mão até mim; foi passando você até mim entre pedidos, súplicas e reclamações – porque você é lindo, porque você é especial e tem ar sossegado e sobre tudo porque você é um homem com alma no nome.

(Inpirado em "Para uma menina
como uma flor" de Vinicius de Moraes)

O canalha

— Eu sou um canalha.
A mulher o observava uma expressão de quem tentava dar sentido às palavras, como se tivesse ouvido a frase errada.
— É sério. Eu sou um canalha.
Ainda ligeiramente atônita, ela falou quase como uma língua-de-trapos:
— Co... como ass.. sim? Tá tudo... tá... tá tudo tão... tá bom.
— Justamente por isso. É nossa primeira noite juntos e é bom que você saiba. Apesar de estar tudo muito bom, eu sou um canalha da pior espécie. E amanhã posso estar com outra pessoa. Tô bem te avisando.
— Por que cê tá falando isso? Cê... cê num tem jeito de canalha. Cê é bom...
— É... mas eu preciso ser canalha. E vou ser e sou. Só assim eu serei bom pra você.
— Cê tá louco? Num acredito que cê tá falando isso...
— Só tô falando porque existe algo ainda de bom em mim... uma semente de bondade... e ela me fala pra te avisar... porque na verdade eu sou mal.
A mulher já estava levemente refeita e raciocinava bem, pronta para o embate.
— Pára com isso. Canalha não diz que é canalha. Canalha faz canalhices e some.
— Ok. Se você não quer acreditar, não acredite. Mas que eu avisei, avisei.
— E toda aquela gentileza? E aquele gesto de me dar a mão pra eu descer a escada quando nem nos conhecíamos direito? E a mensagem que cê me mandou uma meia hora depois que fomos embora da festa, toda criativa? Eu até topei te ver ainda na mesma noite! Cê foi me pegar em casa, abriu a porta do carro pra mim... Quem abre porta de carro hoje em....
A pergunta ficou no ar. Foi cortada por ele.
— Tudo encenação. Um homem é capaz de tudo pra conseguir o que quer. E eu te queria.
— (ligeiramente brava) Se era encenação cê merece um Oscar!...
— (rindo) É... tô mesmo pensando em largar essa vida de fisioterapia e me dedicar ao teatro...
— (mais brava) É muita cara-de-pau falar assim na minha cara...
— Você não sabe nem metade da minha cara-de-pau...
— Vamos embora daqui...
Ele terminou de abotoar a camisa. Ela, de calçar as sandálias. Ele a levou pra casa, parou o carro, desceu e deu a volta para abrir a porta para ela.
— Não precisa mais encenar, já teve o que queria -, disse ela ao descer.
— Abri a porta porque gosto mesmo. Ó... desculpa te falar tudo aquilo. É melhor. Mas quero continuar seu amigo.
Com uma cara indignada, ela nem respondeu. Deu-lhe um beijo no rosto e entrou.
Ele foi até o carro. Fechou a porta e ficou um tempo sentado no escuro.
Colocou as mãos sobre o volante e baixou a cabeça entre os braços.
Respirava fundo.
Embora ninguém o visse, estava visivelmente chateado.
Gostava dela, pelo menos o tanto que se pode gostar de alguém em uma noite de festa de aniversário, conversa rápida por telefone, papo em um barzinho, bebidas e cama até as 4h36 da manhã. Justamente por gostar dela, disse o que disse.
Ele não estava preparado para namorar. Não depois de ter sido traído como foi pela namorada de anos. E pelo amigo também. Mas se envolvia casualmente com algumas garotas, sempre com seu jeito gentil e respeitoso. Percebeu que elas se apaixonavam por ele, mas ele não correspondia. Se sentia mal por magoá-las, mesmo que sem querer.
Quando era bom, se sentia um canalha. Um canalha por não corresponder às expectativas que criava, mesmo alertando que não namoraria, que não estava preparado.
Concluiu que a única maneira de mudar isso era fazer com que elas não se envolvessem tanto. Para isso, bastava que fosse um canalha. Ele sofreria. Elas também, mas pouco, uma decepção muito menor do que a de um amor mal correspondido. E decidiu: seria canalha. Só assim, seria bom de verdade.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

- Morre lentamente -

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.


Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.


Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.


Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.


Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.


Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.


Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.


(Pablo Neruda)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Irritando Priscila Carol

"Nogélica" e sua barriga: e eu com isso?

Muita coisa nesse mundo me irrita. Quando se trata de pessoas, muitas me irritam. Entre os famosos temos: Faustão, Gugu, Vanessa Camargo (como me irrita) Xuxa, Didi, Deborah Secco, Luana Piovani, Sandra Annenberg, Glória Maria e Angélica. Devem existir outros, mas esses são os piores, os que mais me dão enjôo. Povinho chatíssimo.
Site de fofoca às vezes é legal. Agora esses famosos, como Angélica, que ficam se mostrando nas revistas, são lamentáveis. A mulher é rica, casada com o Luciano – pessoa que até respeito, parece ser um cara legal – e vive se exibindo nas revistas. É narcisismo demais pro meu gosto. Chega a ser brega.

Mudando de assunto...

Mas ainda falando sobre fama e afins, eu tenho que confessar que sou fã do Edir Macedo. Essa semana ele está na boca da mídia depois da reportagem exibida no último "Domingo Espetacular". Na entrevista, Edir Macedo conversou com o apresentador Paulo Henrique Amorim e visitou a cela onde ficou preso por 11 dias em 1992. A mulher e a filha do Bispo também participaram do programa. O líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Rede Record, lançou nesta semana o livro "O Bispo - A História Revelada de Edir Macedo".

O cara pode ser o que for, mas é meu herói. Por quê? Porque ele conseguiu fazer crescer uma emissora que está deixando a Globo preocupada. Pensem: a situação do "Mais Você" não é das melhores na Globo. A atração tem perdido audiência para programas da Record e para os desenhos do SBT. O Jornal Nacional tem tido baixos índices de audiência, oscilando entre 30 e 35 pontos. A média do jornalístico mais assistido do País sempre foi de 40 pontos para mais. O Fantástico, outro programa importante para a emissora, passa por um período longo de vacas magras. Com média geral de, no mínimo 30 pontos em 2006, amargou 24 pontos de média domingo passado. O jogo São Paulo X Corinthians foi a maior audiência do dia, com 27 pontos.
Aguinaldo Silva, o autor da irritante nova novela das oito “Duas Caras”, acha que a culpa é da Internet. Segundo ele as pessoas estão comprando TVs de plasma para deixarem desligadas ou para ver filmes piratas. E ainda culpa o Messenger e o Orkut, onde as “as pessoas escrevem suas próprias histórias", reclama em seu blog.

E por que ninguém admite que a Record está ganhando cada vez mais espaço? Se é boa eu não sei, mas dizer que a Globo é imbatível, eu tenho minhas dúvidas. Tirando os programas jornalísticos e afins, que são muito bons, o resto, pode jogar fora. Não tem mais nada que preste ali. O que é esse Faustão? Essa Malhação? Esse programa do Didi? A Xuxa “xatérrima”? Eterna Magia? Nem novela que presta a Globo consegue fazer mais. A Ana Maria, que já foi legal... já era também. É óbvio que a Internet é mais interessante que essas baboseiras que nos enfiam goela abaixo na TV aberta!

Por isso sou tiete da Internet. Também sou fã do Edir Macedo. Se as pessoas vão cada vez mais à Universal é sinal que estão felizes. Algo bom deve acontecer na vida delas. Se isso ajuda a Igreja a comprar uma emissora que vai bater na Globo, melhor ainda. Não estou torcendo para que Globo quebre (pouco provável) ou coisa assim. Mas acho saudável essa concorrência. Sem falar que a Record é uma emissora que vem abrindo portas de trabalho para os jornalistas, atores e pessoas que lidam com a comunicação. Chega de monopólio! Que surjam cada vez mais novas emissoras e, quem sabe, programas menos medíocres, mais inteligentes e criativos. E que venham os empregos... porque a coisa anda feia.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Por favor, posso ser eu mesma?

= = > Sobre morte e tecnologia

Esses dias morreu uma moça, amiga das minhas irmãs, bem novinha. Teve um aneurisma. Terrível. Então minha irmã me mostrou um “scrap” que a guria deixou no Orkut dela um dia antes, que estava super feliz, etc. Entramos no Orkut da falecida, ainda cheio de fotos de momentos felizes e lotado de recados e mensagens de adeus, de saudades, etc. Como se a pobre pudesse, de algum lugar, acessa-los. Coisa bizarra. Eu perguntei:

- Porra, por que não apagam o perfil da menina?

Minha irmã disse:

- Porque ninguém tem a senha.

Eu respondi a ela que alguns amigos meus têm minha senha, umas três pessoas, acho. E dei minha senha e login à minha irmã. Ela perguntou o motivo. Eu disse:

- Se eu morrer amanhã ou um dia que ainda existir Orkut você apaga o meu perfil. Não quero ser um fantasma no Orkut.

Ela ficou horrorizada. Ma seu não vejo motivo pra se escandalizar...

Eu queria muito que nossa sociedade encarasse a morte de uma maneira menos trágica. Talvez como uma passagem, uma despedia. Não precisa deixar de ser triste, mas gostaria que não envolvesse tanto drama, tanta dor e desespero. Um dia disse ao meu pai que eu queria ser doadora de órgãos. Até aí tudo bem. Mas quando eu falei que queria ser cremada... ele ficou chocado. Disse quase chorando que nunca faria isso. Ai meu Deus! Por que tanto drama? Morreu, morreu. Pronto.

Enfim, não sei por que entrei nesse papo macabro. Talvez seja porque hoje eu passei em frente ao cemitério, fiquei olhando aquilo tudo, observado essa indústria da morte: funerárias, floriculturas, capelas, crematórios... No final, tudo se resume em uma palavra: comércio. Morrer também dá lucro e ajuda muita gente a sobreviver. Isso tudo é muito bizarro.

= = > Sobre merda e vaso sanitário

Falando em morte, tabus... me lembrei de outra coisa que aconteceu recentemente. Esses dias postei um texto da Trip sobre cocô, fezes e afins. Isso provocou um agito geral. Engraçado como as pessoas têm medo de falar sobre coisas bobas do cotidiano como merda. Poxa, ficar sem ir ao banheiro uns dias é terrível. Falei pro Julio (meu melhor amigo) semana passada que se eu comesse muito pão branco eu entupia e não conseguia “cagar” (risos). Ele ficou chocado com meu comportamento. Qual é? Isso faz parte da intimidade. Amigo que é amigo fala disso também!

Estava combinando ontem de passar uns dias na casa do Rô (meu melhor amigo há mais de 10 anos) na semana que vem e perguntei pra ele em que banheiro eu poderia “cagar”. Ele disse, na boa, que se eu me sentisse mais à vontade, poderia usar o da empregada. Falávamos sobre essa coisa de “travar” quando se trata da casa dos outros. Fazer cocô fora de casa é constrangedor – pelo menos pra mim.

O Eduardo, na última vez que nos vimos, me deu uma aula sobre cocô que bóia e que afunda. Segundo a nutricionista dele, o que bóia é bom, mas eu tenho minhas dúvidas. Andei lendo que quando bóia é sinal de muita gordura consumida. Achei o máximo essa conversa. Acho que quando ultrapassamos essas frescuras, esses “cuidados” com o que se fala, damos um passo importante rumo à intimidade. Não apenas entre um casal, mas entre amigos mesmo. É como na casa da gente. Entre meus familiares eu não tenho pudores em conversar sobre essas coisas. Sai até palavrão... Ter liberdade pra falar o que se pensa, sem ferir, sem ofender o outro, naturalmente, é muito gostoso e me faz bem.

= = > Sobre boca suja e ter personalidade

Eu tenho um problema com palavrões. Já falei muito, dei uma maneirada. Mas quando fico nervosa, perco a linha e sempre me escapam uns. Sinto um alívio danado quando solto uns bem cabeludos naqueles dias de fúria! Acho que o palavrão liberta, risos. Não estou defendendo a grosseria, a falta de respeito ou etiqueta, que devemos sair por aí soltando palavrões aos quatro cantos. Não. Apenas acho que as pessoas têm o direito de serem elas mesmas, pelo menos de vez em quando. Pelo menos quando estiverem na companhia daqueles que consideram amigos. Pelo menos uma vez na vida.

Seja sobre morte, fezes, palavrão, sexo, religião, política ou amor, o importante é falar. Quem gosta de falar também precisa aprender a ouvir e respeitar a opinião dos outros. Ninguém precisa concordar com tudo o que escrevemos, falamos ou pensamos. O importante é que as pessoas que convivem com a gente se libertem dos preconceitos, dos tabus e possam se sentir seguras para ser quem realmente são. Eu estou tentando. Certa ou errada, agradando a poucos ou desagradando muitos... é assim que sou. Assim que penso. Posso estar errada, e posso mudar de idéia a qualquer momento. É assim que aprendemos a assumir quem somos. É assim que formamos nossa personalidade. Be yourself, always.

domingo, 14 de outubro de 2007

We're all heroes

Se você navega na internet e, neste momento, lê esse blog, é pelo menos uma pessoa minimamente conectada com a atualidade. Isso não tem a ver com o blog, mas com a internet, claro. Se existe essa mínima conexão, é impossível que você nunca, de maneira alguma, tenha ouvido falar na série "Heroes". Na NBC dos Estados Unidos, a segunda temporada já está no ar. Recentemente, terminei de assistir à primeira temporada, que já teve alguns capítulos exibidos em TV aberta no Brasil, pela Record.
Bom, a série, como você deve saber, mostra pessoas que descobrem ter habilidades incríveis como se regenerar (save the cheerleader!), voar, pintar o futuro, escutar pensamentos ou controlar o tempo/espaço.
As histórias entre essas pessoas se entrelaçam de tal maneira que elas precisam trabalhar juntas para evitar uma catástrofe (a não ser as que trabalham PELA catástrofe).
A série me fez pensar.
Sabe quando olham pra você e falam algo do tipo: "ow... valeu... você me salvou nesta noite"? Ou então: "uau... você foi um anjo"? Pois é, amigo ou amiga. Você foi o herói da pessoa próxima. E nem foi tão difícil assim, foi?
Podemos não ter a habilidade de voar, derreter metais com as mãos, atravessar objetos sólidos ou ficar invisíveis. Mas tenha certeza que existe em cada um de nós alguma habilidade pra tornar a vida da pessoa ali do lado um pouco melhor.
É bem assim: existem mais de 6 bilhões de pessoas na Terra, mas você testemunha e participa daquelas que estão próximas a você. Elas são o seu mundo. Tornar a vida delas melhor faz o SEU planeta melhor. Ser o herói dos seus amigos e amigas já é salvar o mundo.
Pense melhor antes de ser grosseiro. Avalie antes de dar uma resposta atravessada. Reflita antes de falar mal, desprezar ou tomar qualquer ato contra o próximo. São as pessoas que estão perto de você que testemunham sua vida. Se você não significar nada pra elas, não terá, enfim, significado algum neste mundo.
Em vez disso, seja o herói de seus amigos. Seja alguém que eles realmente considerem especial.
Você será infinatamente cheio de um poder insubstituível: felicidade.

Futebol, inevitável futebol

Prometo escrever algo sério ainda hoje, mas, por vezes, é inevitável falar de futebol, ainda mais em um domingo em que a seleção brasileira (ou selecinha, como bem diz José Simão) estréia nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Apresento aqui meu time ideal para o escrete canarinho:

1) Cacaco
2) Joel
3) Cassiano
4) Julio Roberto
6) Marco Vila
5) Guilherme
7) Beto Luís
8) Davi
10) Atílio
9) Gustavo Capixaba
11) Fábio Leão

O quê? Nunca ouviu falar desses jogadores.
Bom... ninguém nunca ouviu falar do Afonso e ele tá lá, não tá?
Então esses também merecem uma chance.
Ninguém gosta de futebol no Brasil mesmo.
Boa sorte, Dunga. Nós todos vamos precisar.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Bye

"Cavalo Babão", o monumento mais bizarro de Curitiba.

Esse é o último post que escrevo aqui de Curitiba. Amanhã termino de encaixotar minhas coisas e desligo a Internet. Já me despedi da maioria dos amigos e a ficha começa a cair. Não é fácil. Detesto mexer com mudanças, detesto despedidas. Dá um nó na garganta... FODA.

Em Curitiba passei uns perrengues, não foi fácil. Mas também tive momentos inesquecíveis. O melhor deles, que não vou contar, aconteceu aqui. Sem falar nos muitos e maravilhosos amigos que deixo aqui, mas levo no coração forever. Meus companheiros de fé, café, vinho, de papos filosóficos... Pessoas que amo demais e vão fazer muita falta. Obrigada por tanto carinho.

O que posso esperar da vida? Que ela seja mais leve. Que o amor seja mais próximo e mais intenso. Que o sossego que tanto procuro um dia me encontre. Que as verdadeiras amizades não terminem jamais. Que as pessoas que amo sejam sempre amadas. Que a ambição não me impeça de optar pelo que é honesto e justo. Que a tristeza que sinto no peito não me roube a paz.

“And love is not the easy thing
The only baggage you can bring...
And love is not the easy thing...
The only baggage you can bring
Is all that you can't leave behind”

(U2 – Walk On)

Só pensam naquilo...

É incrível como se arranjam termos para falar sobre sexo sem falar diretamente sobre... sexo. Nós conhecemos diversos verbos que eufemizam a coisa, como "comer", "dormir" e "trepar" (se bem que este intensifica, em vez de eufemizar). Resolvi fazer uma pequena busca no Aurélio e me surpreendi com termos bastante "inocentes" que também trazem este significado, assim como alguns curiosos que, apesar de óbvios, eu nunca tinha ouvido. Segue aí uma pequena compilação de minha pesquisa, com os verbos seguidos dos significados (com o número em que aparecem no dicionário). Nada como uma leitura relaxante para ampliar o vocabulário.

Aliviar
16. Chulo Ter cópula (2); copular.

Andar
15. Ter relações sexuais; copular;

Brincar
7. Bras. Ter relações sexuais; copular:

Estar
21. Ter relações sexuais; copular:

Fofar
3. Bras. Gír. Ir para o fofo (7) com alguém; copular.

Funcionar
3. Pop. Exercer (o homem) a função sexual: 2

Ir
34. Ter relações sexuais com; copular.

Lenhar
4. Bras. N. Chulo Ter relações sexuais; copular.

Marretar
9. Bras. Chulo Copular (2).

Nicar
4. Chulo Praticar o coito; copular.

Passar
26. Chulo Ter relações sexuais com; passar na cara.

Pingolar
2. Chulo Copular (2).

Sururucar
3. Bras. Entre os índios urubus-caapores, copular (2).

Trombicar
1. Pleb. Ter relações sexuais; copular.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Imprudência

Gostei muito do que o Alexandre Garcia falou hoje cedo no Bom Dia Brasil sobre o uso de cinto de segurança no banco traseiro. Vale a pena ler para refletir sobre como um simples clique no cinto pode salvar sua vida.

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Limite do absurdo
(por Alexandre Garcia)

Os casos de abuso e crime por parte de motoristas imprudência estão chegando ao limite do absurdo. É falta de fiscalização e de impunidade, autoridades boazinhas e leis boazinhas. As mortes são muito mais do que se imagina. As estatísticas não contam as mortes nas cidades e nas estradas municipais e as que ocorrem por causa dos acidentes até 90 dias depois.

O acidente na Ponte JK, em Brasília, confirma o que já foi constatado nas emergências dos hospitais: o banco mais perigoso do carro é o traseiro, porque, por algum motivo, as pessoas não estão usando cinto no banco traseiro. A diferença entre a vida e a morte é o clique do cinto.

No caso da Ponte JK, os que estavam nos bancos da frente saíram ilesos, porque estavam com cinto. As três senhoras que estavam no banco traseiro, sem cinto, foram projetadas para fora e se chocaram de cabeça contra o concreto.

Estou cansado de quebrar unhas tentando tirar de baixo do banco a ponta de cintos traseiros de táxis, à exceção de Brasília. O desinformado motorista diz que atrás não precisa de cinto, como se a lei da inércia e a lei de trânsito tivessem sido revogadas.

Já socorri um acidente de um carro que se chocou contra um poste a 40 quilômetros por hora, e os dois jovens que vinham atrás, sem cinto, mataram, com cabeçadas na nuca, os dois da frente, que estavam de cinto.

Se vocês acham que 40 km/h é pouco, experimentem vir caminhando a 4 km/h e dêem com a cabeça no poste. E pensar que há país egoístas que dirigem protegidos pelo cinto e deixam os filhos soltos no banco traseiro, prontos para serem catapultados para fora.

O que fazer? Falta prevenção? O Código de Transito que acabou de completar dez anos foi pouco eficiente? Dez anos, e ninguém lê o código. Por exemplo, não sabem que é proibido dirigir de luz alta e usam na cidade o farol auxiliar, que só tem um facho e foi feito para ofuscar, para identificar o carro dentro de neblina.

Ninguém deveria dirigir sem ter decorado o código, que é um manual de sobrevivência. Enfim, usam o carro como brinquedo, como se as pistas fossem um grande Autorama, em que se mata muito todos os dias.

sábado, 6 de outubro de 2007

Momento

Amém gente??!!

Conhecida por conquistar figuras famosas como o jogador de futebol Kaká, a Igreja Apostólica Renascer em Cristo foi fundada em 1986 pelo ex-gerente de marketing da Xerox, Estevão Hernandez, e por sua mulher, Sônia. Com mais de dois milhões de seguidores, a denominação arrebanha fiéis mais abastados do que a concorrente Igreja Universal do Reino de Deus. O discurso da Universal é voltado para os marginalizados e que, desde os anos 90, quando o bispo fundador da Universal, Edir Macedo, foi acusado de charlatanismo, a Igreja encontra resistência da classe média.

Já a Renascer, reúne empresários e gente que almeja tal ocupação com uma estratégia de marketing montada por Estevam no início dos anos 90. Ele produziu uma apostila baseando-se nos ensinamentos do americano Philip Kotler, um dos papas do marketing mundial, que orienta os pastores da Renascer a serem eficazes na administração da igreja e sobretudo na atração e conversão de pessoas de maior instrução. Um dos tópicos da apostila diz que a Renascer tem de ser encarada como uma empresa no mercado e justifica os ganhos nas atividades da Igreja. Ou seja, não vê problema em a Igreja gerar lucro.

É fácil dizer que a Universal, engana os pobres, desavisados, inocentes que chegam aos templos atraídos, na maioria dos casos, pela teoria da prosperidade. Agora o que dizer desses fiéis “mais abastados”, empresários, famosos, pessoas estudadas, que lotam os templos e os bolsos da Renascer? Pois é, eles não podem se apoiar nessa “ignorância”. Tudo bem que a Globo adora bater nos evangélicos, mas esse é um caso merecedor de boas palmadas. Com tanta informação sobre o comportamento do casal Hernades na imprensa nos últimos meses (não apenas na Globo), o que mais me impressiona e choca, não é o lamaçal em que a Renascer se afundou, mas a atitude dos seguidores do casal que continuam lotando os templos, não para cultuar a Deus, mas a esses criminosos caras-de-pau, que seguem fazendo seu showzinho gospel via satélite para as igrejas, como se fossem o próprio Cristo injustiçado.

Estevam Hernandes movimentou cerca de R$ 4 milhões nos últimos cinco anos por meio de uma conta nos Estados Unidos. Tudo indica que o envio de dinheiro para o exterior foi feito de forma ilegal, sem declarar no Brasil. O casal pode ter um patrimônio de R$ 130 milhões, tudo em carros importados, apartamentos, fazendas e haras, no Brasil e no exterior. O promotor paulista Marcelo Mendroni, que começou a investigar a Renascer em 2002, denunciou (acusou formalmente na Justiça) Estevam e a mulher dele, Sonia, pelo crime de lavagem de dinheiro decorrente da prática de estelionato e falsidade. Para o promotor, a Renascer é uma organização criminosa criada para aumentar os bens da família Hernandes. Estima-se que o casal tenha pelo menos R$ 130 milhões em patrimônio.

Segundo a assessoria de imprensa da Renascer, as declarações do promotor são "enviesadas" e ainda "mentirosas, difamatórias e elaboradas deliberadamente de maneira a induzir ao erro a opinião pública". Fala sério, mentira e indução é a especialidade da Renascer. Como todo bom cristão, o mínimo que o casal podia fazer era assumir o erro, abaixar a cabeça e cumprir a pena pelas cagadas que cometeu em “nome de Cristo”. Mas não, a perua de Deus e seu marido insistem em dizer que são inocentes e seguem com seu espetáculo liderando um bando de gente que não sabe o limite entre a fé e o fanatismo. Como diria Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Brilliant

Já assisti a algumas séries de TV como E.R, Friends, Gilmore Girls, Two and a Half Man, Heroes... Na verdade nem foram tantas, porque fui ter TV a cabo recentemente. Série é serie. É como gosto, como cú: cada um tem o seu (no caso a sua [série]). Não vi todas para falar com tanta autoridade, mas, em minha opinião, depois de Friends, House é a melhor. Não vou ficar contando sobre do que se trata o seriado, mas quem quiser saber mais sobre House é só clicar aqui . Quem tem TV paga pode assistir pela Universal e Fox. Quem não tem pode conferir os episódios dublados pela Record (quinta-feira, meia noite).

Então vamos ao melhor de House: o Dr. Gregory House, interpretado pelo ator britânico Hugh Laurie. Eles são fantásticos. Sim, eles: o ator e o personagem. O Dr. House é mau-humorado, amargo, cético, sarcástico, cínico, tem um humor ácido, ferino e inteligente. Eis o segredo, o cara tem cérebro. Cérebro + personalidade = irresistível.

House é do tipo durão, que não precisa de ninguém, que odeia todo mundo, sabe viver sozinho e abomina coisas piegas ou qualquer tipo de melodrama ou falsidade. Fala o que tem que ser dito na cara, sem dó nem piedade (qualquer semelhança com essa que vos escreve é mera coincidência). O interessante é que mesmo sendo essa pessoa forte, ele carrega sua infelicidade estampada na testa. Algo como: “Por favor, alguém pode me amar? Sou carente. Me abrace”. O que sentimos por ele passa longe de um sentimento de misericórdia ou pena. House nos faz querer desvendar seu mistério, o segredo que o faz ser um homem interessantemente arredio. Mas esse olhar de cachorrinho abandonado desaparece rápido a medida em que alguma grande idéia passa naquela mente brilhante e irresistivelmente sexy. Ele é o cara.

Dizem que as mulheres gostam de romantismo, de poesia, são delicadas, que sonham em vestir-se como princesas, atirar um buquê para as amigas encalhadas e viver feliz para sempre com um "príncipe encantado". Confesso que até gosto de poesia (e não vale qualquer poesia), mas o resto... Bom mesmo é homem assim: totalmente Dr. House. Não pensem que estou defendendo que os caras devem ser agressivos, mal-educados ou coisa do tipo. Como sempre digo aos meus amigos: não bajulem demais a mulherada que elas correm. Homem gentil e delicado demais só se fode (no mau sentido, é claro). Tudo na medida certa. Carinho e atenção sempre caem bem. Mas um pouco de mistério, personalidade e atitude também. Pra quem discorda da minha opinião ou acha que não estou falando sério, lembre-se: às vezes, os sintomas das doenças não são bem definidos porque os pacientes escondem ou simplesmente mentem, o que leva o Dr. House a utilizar sua frase... "Toda a gente mente”.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Mario Quintana ( In: Esconderijo do tempo)

Menos você


Concorrência é benéfica para o consumidor, certo? É, geralmente é assim. Os concorrentes lutam para conseguir vantagens, melhores preços, facilidades e o consumidor, que não tem nada a ver com a briga, sai ganhando. Mas, infelizmente, com a TV não é assim.
A guerra da audiência gera absurdos. Em vez de melhorar e diversificar a programação, o que se vê são artimanhas para tentar mermerizar os espectadores como meros ratos (ou pior, crianças...) diante do flautista de Hamelin.
Só um exemplo bobo: Ana Maria Braga, vez ou outra, entra fantasiada para apresentar seu "Mais Você", na Globo. É que o programa, vira e mexe, perde no Ibope para a Record. Aí a fantasia funciona como uma espécie de flauta doce para o espectador (lembrando o caso do flautista).
Mas isso ainda é o de menos. O próprio Ibope fez uma pesquisa com 537 executivos de 381 grandes empresas brasileiras no mês de julho. Quase metade deles acreditam que a baixaria só tende a aumentar. Leia-se por baixaria os níveis de violência e sexo na TV.
A guerra está tão aberta que até as batalhas nos bastidores, que deveriam ficar longe do público, já viraram capítulos de novela no horário nobre. O bispo Edir Macedo, dono da Record, não tem papas na lígua para dizer que vai "cutucar o fígado" da concorrente até que ele caia. E a Globo rebate dizendo: "é de se esperar que um grupo que lucra pela manipulação da fé religiosa queira também manipular a opinião pública, chamando de monopólio a escolha democrática dos brasileiros."
Por essas e outras, minha TV vive desligada. Quando a ligo, é para colocar um DVD ou assistir a um ou outro programa, geralmente em canais por assinatura. Coisa rara mesmo. E até nestes momentos me deparo com decisões desconfortáveis (a Fox, por exemplo, dublou toda sua programação para atrair mais audiência. Eca!).
O que eu (e todos os milhões e espectadores) peço é: criatividade! Eu poderia citar pelo menos um bom exemplo na TV aberta.
A guerra pela audiência está indo longe demais. Daqui a pouco, em meio a tantos tiros e mísseis, será o espectador quem sairá abatido.
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Algumas informações aqui utilizadas são de:
Coluna Zapping (Fabíola Reipert manda muito bem)
Coluna Outro Canal (de Daniel Castro - conteúdo exclusivo para assinantes da Folha e do UOL)

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Everybody has an Alaska

Agosto de 1992, o corpo em decomposição de um jovem é encontrado no Alasca. A polícia descobre que se trata de um rapaz de família rica do Leste americano que largou tudo, se internou sozinho na aridez daquela terra gelada e morreu de inanição. Quem era ele? Por que diabos foi parar no Alasca? Por que morreu? Para responder a essas e outras perguntas, Jon Krakauer refez a trajetória de Chris McCandless, revelando uma América dos que vivem à margem, pegando carona ou circulando em carros velhos, vivendo em acampamentos e cidades-fantasmas. O resultado é uma narrativa envolvente, de sonhos e descobertas, por vezes amargos.

“Into The Wild" (Na natureza selvagem - A Dramática História de um Jovem Aventureiro) conta a história real de Christopher McCandless, um jovem de 20 e poucos anos que depois de conseguir seu diploma colegial em 1990 abandonou a sociedade, doou suas economias e começou a vagar pelo mundo, sozinho, pensando, fazendo amigos, contemplando a natureza e a vida. Sua aventura acabou dois anos depois, quando ele morreu sem comida durante uma peregrinação no Alasca.

O filme sobre McCandless, adaptação do best-seller homônimo de Jon Krakauer, estreou na metade de setembro nos Estados Unidos. “Into the Wild” é dirigido por Sean Penn e narra a história deste jovem que trocou a sua privilegiada vida por uma viagem ao selvagem pelos confins dos Estados Unidos, desafiando todo e qualquer perigo, em busca da verdade e da sua felicidade. Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, assina a trilha sonora que, como o filme, parece ser muito interessante. Antes de virar livro, a história foi publicada na revista Outside, quem quiser ler basta clicar aqui.

Sobre o filme, eu ainda não sei quando chega aqui no Brasil, mas o trailer já está disponível no Youtube (aqui) e o clipe também (aqui). Quem quiser o livro, pelo que pesquisei, é mais fácil encontrar em sites como Submarino ou Siciliano. Ou encomendar nas livrarias – em algumas me informaram que estava esgotado. Camelei para encontrar o meu. Depois de procurar em todas as livrarias de Curitiba e em mais de 10 sebos, na última tentativa, eis que encontrei um exemplar. Me senti como se encontrasse um tesouro. Valeu a pena, a história de Chris é apaixonante. Ele foi uma pessoa que em um espaço muito curto de tempo encarou e aprendeu a lição sobre si mesmo, sobre propósitos, sobre o sentido da vida.