segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Fuck the pessimists!

Depois de duas semanas em Maringá, as coisas começam a voltar como sempre foram. As mesmas discussões, reclamações, manias e brigas. Meu pai não perde o costume de querer me “ajudar” dando palpite em tudo - o tempo todo - em que faço; a minha irmã mais nova e sua vida de princesa; o som da batedeira da minha mãe que trabalha mais do que seu corpo suporta e muito, muito mais. Estresse é a palavra-chave por aqui.

Novidade, por enquanto, apenas o meu sobrinho de três meses e a farmácia dos animais. Minha gata com mais de 13 anos e meu cachorro que já passou dos 10 estão sofrendo o peso da idade. Vivem no veterinário e dão mais trabalho que uma criança. Além disso, agora temos um gambá aleijado (de estimação) das pernas traseiras que meu pai cuida há quase um ano – é hilário. Junta tudo isso com um calor infernal e um sentimento de incerteza sobre o futuro e tente imaginar no que dá. É quase uma tortura.

Família é benção, sim. Apesar dos pesares não posso ficar reclamando dos meus pais, minhas irmãs, dos cachorros e gatos. São pessoas boas demais. Mas aqui é a casa deles, essa é a vida deles. O problema é que depois de tanto tempo longe disso tudo, de ter um estilo e ritmo de vida próprio, uma rotina tranqüila, liberdade e não ter que dar satisfação pra ninguém, voltar pra cá é como dar um passo pra trás. Eu voltei a ser, simplesmente, a filha de meus pais. Triste é, naqueles momentos de hiper-mega-estresse-familiar, ter que ouvir “porque você não volta pra sua casa”. Então fica uma leve impressão de que aqui não é mais a minha casa. Pior, eu nem tenho “casa” pra voltar. Que merrrrrrrda!

Nessas horas não tem jeito. Ou você chuta o balde, se deprime, faz as malas e some, ou entrega pra Deus e encara a fase como um “tratamento”. Eu preciso enfrentar. E é preciso muita fé pra acreditar que o jogo pode virar a essa altura do campeonato. Mas eu ainda tenho esperança. Não sou perfeita, sei que erro muito, cometo minhas falhas e tenho minhas neuras. Não tenho vergonha de assumir meus defeitos e sou péssima em escondê-los. Mas também sou batalhadora, honesta e teimosa. Ainda não entreguei os pontos. E se a minha fé permitir, não vou entregar. O meu dia ainda vai chegar. Nem que eu tenha que buscá-lo a força, mas vai chegar.

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