quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Menos você


Concorrência é benéfica para o consumidor, certo? É, geralmente é assim. Os concorrentes lutam para conseguir vantagens, melhores preços, facilidades e o consumidor, que não tem nada a ver com a briga, sai ganhando. Mas, infelizmente, com a TV não é assim.
A guerra da audiência gera absurdos. Em vez de melhorar e diversificar a programação, o que se vê são artimanhas para tentar mermerizar os espectadores como meros ratos (ou pior, crianças...) diante do flautista de Hamelin.
Só um exemplo bobo: Ana Maria Braga, vez ou outra, entra fantasiada para apresentar seu "Mais Você", na Globo. É que o programa, vira e mexe, perde no Ibope para a Record. Aí a fantasia funciona como uma espécie de flauta doce para o espectador (lembrando o caso do flautista).
Mas isso ainda é o de menos. O próprio Ibope fez uma pesquisa com 537 executivos de 381 grandes empresas brasileiras no mês de julho. Quase metade deles acreditam que a baixaria só tende a aumentar. Leia-se por baixaria os níveis de violência e sexo na TV.
A guerra está tão aberta que até as batalhas nos bastidores, que deveriam ficar longe do público, já viraram capítulos de novela no horário nobre. O bispo Edir Macedo, dono da Record, não tem papas na lígua para dizer que vai "cutucar o fígado" da concorrente até que ele caia. E a Globo rebate dizendo: "é de se esperar que um grupo que lucra pela manipulação da fé religiosa queira também manipular a opinião pública, chamando de monopólio a escolha democrática dos brasileiros."
Por essas e outras, minha TV vive desligada. Quando a ligo, é para colocar um DVD ou assistir a um ou outro programa, geralmente em canais por assinatura. Coisa rara mesmo. E até nestes momentos me deparo com decisões desconfortáveis (a Fox, por exemplo, dublou toda sua programação para atrair mais audiência. Eca!).
O que eu (e todos os milhões e espectadores) peço é: criatividade! Eu poderia citar pelo menos um bom exemplo na TV aberta.
A guerra pela audiência está indo longe demais. Daqui a pouco, em meio a tantos tiros e mísseis, será o espectador quem sairá abatido.
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Algumas informações aqui utilizadas são de:
Coluna Zapping (Fabíola Reipert manda muito bem)
Coluna Outro Canal (de Daniel Castro - conteúdo exclusivo para assinantes da Folha e do UOL)

Um comentário:

Anônimo disse...

É a coisa anda feia mesmo na TV aberta. Eu tbm, nem jornal quase assisto mais. Sábado e domingo então... Jesuisssssss. beijos