segunda-feira, 31 de março de 2008

dry land

"The sea's only gifts are harsh blows, and, occasionally, the chance to feel strong. Now, I don't know much about the sea, but I do know that that's the way it is here. And I also know how important it is in life, not necessarily to be strong, but to feel strong, to measure yourself at least once, to find yourself at least once in the most ancient of human conditions, facing the blind, deaf stone alone, with nothing to help you but your hands and your own head.
"(chris mccandless in "into the wild")

segunda-feira, 17 de março de 2008

Keep running

Odeio clichês. Pessoas-clichês, manias-clichês, lugares-clichês, frases-clichês: “Dá um beijinho que passa”. “Quando casar sara”. “Quem espera sempre alcança”. Esse último é o pior. Quem espera nem sempre alcança – ou quase nunca alcança coisa alguma. Às vezes, por mais que você tente, se empenhe, se anule, lute ou batalhe, algumas coisas não vão acontecer.

Infelizmente, nem sempre você vai conseguir aquilo que sonhou: a faculdade dos sonhos, o emprego tão desejado, o sucesso profissional, o casamento perfeito. Sim, sinto muito em lhe informar, mas um belo dia o amor da sua vida vai te deixar sem uma boa justificativa, pessoas que são importantes pra você vão partir para longe, outras nunca mais vão voltar. Você vai nadar, nadar e morrer na praia. Vai correr por horas, treinar dias a fio e no final da corrida, vai cair sem forças ou será ultrapassado a 10 metros da linha de chegada.

Um dia vamos acordar e perceber, que todo o esforço foi em vão, que apenas cansamos nossas almas. Não passamos de crianças órfãs inconsoláveis, abandonados crônicos, carentes por aceitação, aprovação e reconhecimento enquanto milhões de pessoas morrem de fome. Sim, segundo a ONU (dados de 2005), mais de dois milhões de pessoas morrem todos os dias - de fome! Sim, é preciso muito coragem para estar vivo. Porque a vida é feita de aparecimentos e desaparecimentos. De perdas e ganhos. Misérias e alegrias. Nossa vida se resume a freqüentes ausências. E não importa o quão positivo, espiritual, otimista você seja, um dia você vai se cansar, vai querer parar de correr essa maratona e fugir. Mas continue correndo, não fuja. Um dia você vai perceber que o importante não é ter vencido. Se você conseguir apenas atravessar a linha de chegada... aí sim, você alcançou uma grande vitória: a de nunca ter desistido.

domingo, 9 de março de 2008

Trying to breath

Nós não somos capazes de entender porque as pessoas se drogam, porque acabam com suas vidas aos poucos por causa de um prazer momentâneo: injetam, cheiram, fumam... Mas somos capazes de nos destruir com outras drogas. Nos viciamos na companhia de alguém, no prazer que o outro nos proporciona: beijamos, transamos, amamos, desejamos e, mesmo sendo óbvio que esse vício na verdade está nos fazendo mal e que pode nos matar a qualquer instante, insistimos no erro e nos machucamos.

Como controlar os estragos que fazemos a outras pessoas e os estragos que fazem a nós? Às vezes a dor te pega de surpresa, porque às vezes, pensamos que sabemos lidar com o que o que está fora do nosso alcance. Às vezes o estrago é algo que não queremos enxergar. Parece que estamos todos destroçados. Alguns mais que outros. Carregamos marcas desde a infância. E crescemos tentando não adquirir novas feridas. E quanto mais tentamos curá-las, mais machucamos e somos machucados.

Talvez o primeiro passo em direção à “cura real” é saber exatamente onde a “doença” começa. Mas não é isso o que fazemos. Nós somos propensos a esquecer as coisas passadas que nos trouxeram até aqui e ignorar as complicações que podem surgir no futuro por causa do nosso “vício”. Mas o mundo é cheio de armadilhas. E um dia você pensa estar em terreno firme, e de repente o chão se abre debaixo dos seus pés. E te derruba. Você tem sorte se ganhar apenas alguns arranhões, alguma coisa que um “band-aid” possa cobrir. Mas existem feridas tão profundas que requerem bem mais que um curativo rápido. Com alguns machucados precisamos tirar os curativos e deixá-los respirar e dar a eles tempo para se curarem. Isso pode levar algum tempo, dias, meses, anos, uma vida toda.

Pra que isso aconteça logo, talvez seja preciso que deixemos de lado as lembranças. Essa droga chamada lembrança serve apenas para encobrir a perda. É necessário aceitar que perdemos e esquecer, para poder viver o presente. Se preciso for inventaremos uma felicidade idealizada, longe da realidade. Sim, a separação é maior causadora do sofrimento, das feridas que parecem incuráveis. Não existe separação sem sofrimento. O “abandono” sempre vem acompanhado de uma dificuldade de aceitar a realidade, um sentimento de luto. A dor da ausência. O que não podemos é nos separar de nós mesmos, porque “nós mesmos” é tudo o que temos. Talvez seja necessário que a gente se separe de um mundo para poder conquistar outro. Toda separação nos ensina que é impossível ganhar se não aceitarmos perder, o prazer da conquista talvez um dia venha acalmar a dor dessa perda...

sexta-feira, 7 de março de 2008

The end.

Minha participação neste blog está encerrada. Minha inspiração acabou, morreu. I´ts over. Foi bom enquanto durou. Valeu pra quem leu minhas merdas. Beijos e sucesso pra vocês! bjo Dani.

terça-feira, 4 de março de 2008

Vai, vomita!

Você já ouviu alguém hoje? Aposto que não. Definitivamente as pessoas não estão preparadas para escutar (não vou me reter na diferença entre escutar e ouvir, isso complicaria meu raciocínio). Por que temos apenas uma boca? Eu sempre acreditei que Deus nos deu dois ouvidos e uma boca para falarmos menos e ouvir mais. O sábio Criador também nos fez com dois olhos, assim, observando mais o que está ao nosso redor, estaríamos mais preparados para ouvir alguém. Pessoas precisam ser lidas.

“Olá, tudo bem?” – perguntam. Mas ninguém está preocupado se realmente você está bem ou não. Mera formalidade. Já pensou se você responde com um: “Não, não estou bem, minha vida está um caos, quero sumir!”? Certamente quem perguntou vai dar um tapinha no seu ombro, fugir do seu olhar, dizer para você relaxar que tudo vai ficar bem no final, disfarçar e sair de fininho. Sim, porque vivemos em uma época em que tempo é dinheiro – e não dá pra ficar perdendo “tempo” ouvindo as pessoas falarem de seus dramas. Hoje se você fala de seus problemas é negativo, pessimista – e não faz bem conviver com pessoas cheias de dificuldades, passam “cargas muito negativas”.

O negócio é pensar positivo, ser “up”, falar apenas coisas boas. Se sua vida anda complicada recorra à numerologia: troque algumas letras do seu nome e as “vibrações positivas” vão agir ao seu favor. Se não der certo acenda uma vela, faça meditação, mentalize coisas boas. Se tiver alguma dúvida, uma taróloga, por alguns reais, pode te contar o que as cartas “dizem” sobre sua tragédia pessoal. E têm os astros, as estrelas, os videntes, o Google... se vira!

Loucos, malucos, certinhos, caretas, carecas, cabeludos, crentes ou cépticos. Já tive as espécies mais variadas de amigos, mas todos têm uma característica em comum: sabem ouvir. Nos conquistamos assim: falando e ouvindo ao outro. Meu jargão favorito sempre foi: “VAI, VOMITA TUDO!”. Nos cafés da tarde, na desculpa de tomar um vinho, um filme na casa de alguém... No final o bate-papo virava conversa, a conversa um debate, o debate um desabafo, lágrimas e alívio... Amizade pra mim é isso. Amigo é o cara que te ajuda a carregar aquela porra daquela dor que não pára de incomodar. E nem precisa fazer força, nem falar. Basta escutar. Então descobrimos que falar cura. E ser ouvido cicatriza as feridas da alma.

a.mi.go
adj. 1. Que tem gosto por alguma coisa; apreciador. 2. Aliado, concorde. 3. Caro, complacente, dileto, favorável. 4. Dedicado, afeiçoado. S. m. 1. Indivíduo unido a outro por amizade. 2. Colega, companheiro. 3. Amador. 4. Amante, amásio. 5. Defensor, protetor. 6. Partidário, simpatizante. 7. Aliado. Sup. abs. sint.: amicíssimo.