domingo, 9 de março de 2008

Trying to breath

Nós não somos capazes de entender porque as pessoas se drogam, porque acabam com suas vidas aos poucos por causa de um prazer momentâneo: injetam, cheiram, fumam... Mas somos capazes de nos destruir com outras drogas. Nos viciamos na companhia de alguém, no prazer que o outro nos proporciona: beijamos, transamos, amamos, desejamos e, mesmo sendo óbvio que esse vício na verdade está nos fazendo mal e que pode nos matar a qualquer instante, insistimos no erro e nos machucamos.

Como controlar os estragos que fazemos a outras pessoas e os estragos que fazem a nós? Às vezes a dor te pega de surpresa, porque às vezes, pensamos que sabemos lidar com o que o que está fora do nosso alcance. Às vezes o estrago é algo que não queremos enxergar. Parece que estamos todos destroçados. Alguns mais que outros. Carregamos marcas desde a infância. E crescemos tentando não adquirir novas feridas. E quanto mais tentamos curá-las, mais machucamos e somos machucados.

Talvez o primeiro passo em direção à “cura real” é saber exatamente onde a “doença” começa. Mas não é isso o que fazemos. Nós somos propensos a esquecer as coisas passadas que nos trouxeram até aqui e ignorar as complicações que podem surgir no futuro por causa do nosso “vício”. Mas o mundo é cheio de armadilhas. E um dia você pensa estar em terreno firme, e de repente o chão se abre debaixo dos seus pés. E te derruba. Você tem sorte se ganhar apenas alguns arranhões, alguma coisa que um “band-aid” possa cobrir. Mas existem feridas tão profundas que requerem bem mais que um curativo rápido. Com alguns machucados precisamos tirar os curativos e deixá-los respirar e dar a eles tempo para se curarem. Isso pode levar algum tempo, dias, meses, anos, uma vida toda.

Pra que isso aconteça logo, talvez seja preciso que deixemos de lado as lembranças. Essa droga chamada lembrança serve apenas para encobrir a perda. É necessário aceitar que perdemos e esquecer, para poder viver o presente. Se preciso for inventaremos uma felicidade idealizada, longe da realidade. Sim, a separação é maior causadora do sofrimento, das feridas que parecem incuráveis. Não existe separação sem sofrimento. O “abandono” sempre vem acompanhado de uma dificuldade de aceitar a realidade, um sentimento de luto. A dor da ausência. O que não podemos é nos separar de nós mesmos, porque “nós mesmos” é tudo o que temos. Talvez seja necessário que a gente se separe de um mundo para poder conquistar outro. Toda separação nos ensina que é impossível ganhar se não aceitarmos perder, o prazer da conquista talvez um dia venha acalmar a dor dessa perda...

3 comentários:

Anônimo disse...

Wonderful

Thaís Machado disse...

A dor da ausência é a pior de todas.
ausência de medo, de culpa, de amor, de riso...
e quando provocamos a dor intencionalmente? e qdo isso nos satisfaz?
e qdo estamos do outro lado dessa dor proposital?
pq e pra que sentimos e causamos tanta dor???

"o sofrimento é inavetável, a dor é opcional"
às vezes, até drummond se engana =/

Thaís Machado disse...

A dor da ausência é a pior de todas.
ausência de medo, de culpa, de amor, de riso...
e quando provocamos a dor intencionalmente? e qdo isso nos satisfaz?
e qdo estamos do outro lado dessa dor proposital?
pq e pra que sentimos e causamos tanta dor???

"o sofrimento é inevitável, a dor é opcional"
às vezes, até drummond se engana =/