segunda-feira, 28 de março de 2011

Sempre há uma saída

A vida, quando transformada em ficção, se torna arte (ou pelo menos uma tentativa de fazer arte).
A arte, quando se torna vida, ganha contornos muito mais pronunciados, para o mal ou para o bem, dependendo da história que se conta.

Quando se trata de uma tragédia tipicamente shakespeariana, tudo fica mais triste.

"Passeando" por sites de notícias, como gosto de fazer, me impressiono ao encontrar uma manchete sobre o enterro de Cibele Dorsa, afinal, ela me parecia jovem (tinha 36 anos) para morrer de causas naturais. Realmente, não foi nada natural. Cibele caiu do sétimo andar, da mesma janela ou sacada de onde seu namorado, o apresentador Gilberto Scarpa, do canal E! Entertainment havia caído em janeiro. Ambos cometeram suicídio.

É difícil falar sobre pessoas a quem pouco se conhece e muita gente cai na bobagem de fazer leituras precipitadas, deduzindo motivações. Eu prefiro falar do que é certo: o suicídio não é saída, não é solução. Por mais difícil que a situação possa parecer, sempre há um jeito de dar a volta por cima. Eu que o diga.

Esse é um pensamento que jamais passou por minha cabeça e estou certo de que nunca passará, mas pessoas bem próximas a mim já revelaram que, num momento de crise, o suicídio pareceu uma saída muito viável. Eu não sei quem lê esse blog, mas se isso já passou ou passa pela sua cabeça, acredite, NÃO É.

Todos nós temos nossos momentos de tristeza, angústias, incertezas, em maior ou menor grau.
Mas todos temos também uma oportunidade única chamada vida. E ela sempre vale a pena ou as penas, por mais penosas que sejam essas penas.

Para os casos mais graves, patológicos, há medicamentos seguros. Para esses e quaisquer outros casos há uma solução das mais simples e eficientes: fazer novos amigos. Como? Entre na aula de dança de salão (esse foi meu caso), para um grupo de degustação de vinhos, preste serviços para uma instituição assistencial, volte a jogar futebol ou esporte de sua preferência ou até procure uma igreja (uso o "até" porque a recomendação não é pela religião em si, mas por conhecer novas pessoas).

Sabe aquela ideia que você teve lá trás na vida e sempre quis realizar? Resgate o projeto.

Desabafe - para um parente, um amigo, um terapeuta, uma folha de papel, um blog (isso eu também fiz). Mande um recado ou e-mail a um velho amigo com quem nunca mais falou. Descubra como ele está. Redescubra o viver.

Sinto muito pelas famílias de Gilberto e Cibele.
Sinto muito também que talvez (veja bem, talvez - eu não os conhecia nem às pessoas próximas a eles) que eles não tenham tido alguém para falar algo assim para eles.

Talvez você seja alguém assim. Talvez você conheça alguém assim - não deixe de dar o recado.
Sempre há uma saída. E não é pela janela do sétimo andar.


Um comentário:

Marina disse...

Concordo em gênero, número, grau e o que mais existir. :)

Sei que muita gente já pensou nessa possibilidade e não me entra na cabeça como. Talvez realmente seja eu que nunca tenha passado por um problema tão sério/grave que me fizesse pensar em suicídio, mas tanta gente passa por tanta coisa na vida (vide mamãe, você e tantos outros!) e saem melhores e amadurecidos, que tenho certeza sim que existem muitas outras opções!

Beijoooo primo