quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Don´t Give Up

Sim, virão dias difíceis, mais cedo ou mais tarde. Cada dia que passarmos nessa Terra, estaremos sujeitos a constantes transformações. Muitas vezes em meio à falta de perspectivas, parece que voltamos a ser crianças indefesas, com nossas carências nem sempre explicáveis. Passaremos por momentos em que vamos caminhar meio às cegas, avançando um pouco, parando outro pouco. Entre erros e tentativas, seguiremos tateando entre os desafios. Muitas vezes os caminhos vão parecer traiçoeiros demais, seremos expostos a fatalidades e imprevistos contra os quais nada nem ninguém poderá nos defender, e nesses momentos vamos precisar erguer uma fortaleza, feita com materiais brutos, de qualidade.

Construir uma casa requer esforço e paciência. Tijolo por tijolo, cimento, pedras, encanamento, janelas, portas e acabamento. Tudo ao seu tempo. Não podemos pular etapas. Pensamos, decidimos. E assim vamos construindo um ser humano. Esse eu, nós, eles. Muitas vezes, com a casa pronta, forte e inabalável, as paredes poderão parecer tortas, algumas rachaduras vão surgir, goteiras aparecerão inesperadamente. Mas é assim mesmo. Nunca teremos férias desse trabalho. Viver requer um empenho diário para que a nossa casa não desabe.

Em dias de chuvas de equívocos, quando desabarem sobre nós os sonhos desfeitos, palavras duras, a frieza do outro, a angústia da carência, a superficialidade dos relacionamentos, as tentativas frustradas, a falta de dinheiro, a saúde abalada ou a dor da perda, teremos que estar prontos para reparar as frestas da inquietação, da insegurança e não permitir que as águas da indiferença inundem e destruam nossa casa. Encontrar um responsável por nossas tragédias pode parecer fácil. O pai ou mãe, amigos ou amores desfeitos, o irmão agressivo, a falta de oportunidade ou o abandono. Mas nada disso vai resolver nosso problema. Nos resta apenas reconhecer nossa humanidade, nossas fraquezas naturais e falta de coragem. Nos resta pegar as ferramentas que temos e trabalhar.

E em meio aos destroços do silêncio precisamos ouvir. Há uma voz que diz que não podemos parar ou deixar a vida nos levar. Precisamos participar dessa história, definir quem somos, quem queremos ou precisamos ser e buscar aquilo que merecemos ter.Mudar aquilo que pode e precisa ser mudado. Vamos tirar as ferramentas da caixa.

Essa vida é assim mesmo. Feita de encontros e desencontros, alegrias e lágrimas, perdas e vitórias. Não se pode ganhar sempre, mas não precisamos viver derrotados. Um dia caímos, outro dia teremos, sim, força para levantar. Ao mesmo tempo em que criamos nossas fortalezas, também precisamos construir pontes que nos levem ao encontro daquilo que também é bom, e nos espera em algum lugar. Não podemos desistir, cruzar os braços ou sentar e chorar. Vamos prosseguir.

Vamos construir nossa ponte rumo ao amor verdadeiro, à vida com sentido. Curar essa doença chamada futilidade que nos corrói com o seu excesso de passividade e conformismo. Precisamos buscar a sabedoria e a paciência. Dar-nos o direito de ter um pouco de inocência, de imaginação, de viajar, nos reciclar, acreditar e sonhar.

Somos responsáveis por nós, por nossas escolhas, por essa bagagem que carregamos todos os dias, muitas vezes com peso desnecessário. Precisamos aprender a abandonar aquilo que não é necessário nem valioso para nossa alma. E não olhar para trás. Assim alcançaremos a liberdade. Assim, tenho fé, encontraremos a tão procurada felicidade.

(Inspirado em Lya Luft)

Nenhum comentário: