sexta-feira, 30 de julho de 2010

ele, ela, lhe, lha

É bem verdade que não há quem não a olhe quando ela entra. O tipo de mulher que tem uma presença que enche o ambiente. Evidentemente ele a viu no primeiro dia. Ela não deixa a ninguém a alternativa de não notar sua beleza. Ainda assim, para ele ela era apenas mais uma bela. Uma das mais belas mas mais uma bela.

Ele e ela se cruzaram diariamente, mas a nebulosidade nos olhos dele cobriam-lhe o brilho do sorriso dela; e isso durou! Quase como que uma estação do ano. E foi mesmo assim, como que numa mudança sazonal que as nuvens dos olhos dele se dissiparam. Sim, as nuvens não são nem eternas e nem estáticas. Mais cedo ou mais tarde elas se cansam e se mudam ou se atiram lá de cima.

Foi quando a névoa dos olhos dele deu lugar ao brilho do sorriso dela. Mas aos olhos dela o sorriso dela ainda era um mistério. "Como tantas nuvens podem desaparecer assim tão de repente?"Só quem viveu as tempestades dos topos dos montes conhece a força dos ventos que sopram por lá.

Agora, às portas de um novo verão, cheio de vida, vigor e renovação ele tenta explicar a ela a altitude em que enfrentava tempestades tão terríveis e como foi trazido à estabilidade pela instabilidade atmosférica.

Assustada por suas próprias tempestades ela se recusa a acreditar que tormenta tão grandiosa possa se dispersar tão rapidamente. Ela bem sabe quão longos podem ser os temporais. E ela não está enganada! Longas foram as agitações e muitos os relâmpagos e trovões. Mas tudo ocorreu distante de seus olhos. Apenas os últimos pingos molharam seus pés o que lha confundiu o fim pelo início.

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