segunda-feira, 5 de julho de 2010

A seleção, quem faz, é você!


Acabou-se a Copa para nós. O Brasil tomou dois gols da Holanda, foi desclassificado, voltou pra casa e Dunga foi demitido.

Ninguém foi recebido com festa — a Argentina, registre-se, mesmo perdendo por 4 a 0, foi recebida com glórias. Por que? Porque a seleção deles foi feita com a cara e o espírito do torcedor.

Já a base do time que nos representou foi o comprometimento, mesmo que o talento não fosse lá essas coisas. Ou seja, o Rabiola, que joga em todas as posições - menos no gol - do Matinha, time da disputa a série B do amador, e é o cara mais comprometido do racha, ainda que seja um perna de pau, poderia ter sido convocado. Assim como eu ou você.

Voltando ao espírito do torcedor: foi pensando nele que a CBF tomou sua mais nova decisão. O torcedor será o técnico. A cada vez que for necessário, todos os torcedores serão conclamados a votar e escolher de tudo. Com a internet 2.0, decidir substituições, por exemplo, vai ser uma tarefa muito rápida (com certeza mais rápida do que a apresentada na última Copa).

Para se ter uma ideia da dimensão do poder que está nas mãos dos torcedores, na próxima Copa, toda a escalação será feita pelo povo. É isso mesmo! A partir de agora, somos mesmo milhões de treinadores e poderemos convocar quem a gente considera melhor.

Imagine se, pra essa Copa que passou, a gente já pudesse ter feito isso.
Na sua seleção, quem seria convocado? Ganso, Neymar, Ronaldinho Gaúcho?
Quem teria ficado de fora? Precisa citar?

E como os torcedores farão sua escolha? Simples: pelo voto.
Tenho certeza que, sendo essa um escolha tão importante, o torcedor não vai levar em conta apenas o "comprometimento" (leia-se "promessas"). Vai ser preciso mostrar serviço em campo, conhecimento das regras do jogo, domínio de bola, boa troca de passes com companheiros de outras posições e, claro, fazer gols a favor ou impedir os contra.

Então a seleção se tornará a cara do povo brasileiro.
E, todos juntos vamos, pra frente Brasil.

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ERRATA:
O texto acima apresenta algumas imprecisões.
Em vez da CBF, quem garante o direito ao voto é a Constituição.
Em vez de torcedores, leia-se eleitores.
Em vez de jogadores da seleção, é possível escolher os governantes do país.
A medida não é assim tão nova. Voltou a valer em 1989.
Este ano mesmo tem convocação, ou melhor, eleições.
Em vez de quatro anos de preparação para um mês de competições, a competição ocorre em alguns meses e os vencedores continuam no poder por quatro anos (isso se não sofrerem lesões ou forem suspensos ou expulsos por indisciplina).

RECOMENDAÇÃO FINAL:
Escolha seu governante com cuidado.
O resultado pode trazer mais alegrias que uma Copa do Mundo. Ou mais tristeza.

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