segunda-feira, 28 de maio de 2007

Ausência

hoje
arranhei o quadro negro
mordi cebola crua com calda de chocolate
raspei o fundo da panela com o garfo

tomei banho gelado, chá de alho,
água quente e comi jiló refogado
adocei a comida
salguei o café

andei na areia quente
experimentei areia nos dentes
tirei pêlo do nariz
bati o cotovelo e o dedinho do pé
ouvi samba, pagode e axé

entrei no ônibus lotado
troquei pelo ônibus errado
paquerei um velho tarado
torci pelo time adversário

provei do pior
sem dó nem piedade
mas vou falar a verdade
nada é tão ruim
como você
longe de mim

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