sexta-feira, 25 de maio de 2007

Viver


Hoje terei de abandonar o título do blog e escrever seriamente.

(Do dicionário Aurélio)
Viver
[Do lat. vivere.]
V. int.
1. Ter vida; estar com vida; existir
2. Perdurar, subsistir, existir; durar
3. Passar à posteridade; perpetuar-se
4. Gozar a vida, sabendo aproveitá-la

Viver é subjetivo. Cada um o faz à sua maneira. Cada um, mesmo sem se dar conta, influencia e altera o viver do outro ao seu lado.
Assim, podemos dizer que diferentes períodos de vida são, cada um, uma vida diferente. Quem nunca disse frases como "Vida boa eu tinha na época da faculdade..."?.
Eu, a alguns dias dos meus 27 anos, ainda jovem, já tenho um bom conjunto de vidas vividas. Entre elas estão a infância hiperativa e divertida, a adolescência engajada em música cristã (principalmente no bom rock), a faculdade vencida com boa preguiça nas manhãs frias e bela dose de garra em momentos críticos.
Um pouco antes da faculdade começou a vida em que a primeira definição de viver, pelo Aurélio, fazia mais sentido. Um amor de verdade, como o que a Maira me deu, faz o ter vida, estar com vida e existir ter mais sabores. Na verdade, a Maira redefiniu o significado do verbo para mim. Pintou-lhe novas cores, abriu-lhe portas e janelas para um dia de sol, ampliou horizontes. Fez-me viver um amor que simplesmente se vive, não se explica, por mais poesia que exista.
Deste tipo de amor, entre as várias certezas há a de que ele vai perdurar (definição 2 do dicionário). Infelizmente, o objeto do amor não durou. Há um ano, em 29 de maio de 2006, falecia Maira. Depois de sete anos e dois meses de namoro, um ano, um mês e treze dias de casamento, ela deixava o ter vida para passar à posteridade, perpetuar-se em doces lembranças minhas, de seus pais e irmãs, sua família, seus amigos, seus colegas de trabalho, seus pacientes, seus conhecidos e até de uma série de desconhecidos. Se já não tem mais vida, vive em cada um de nós.
Meu rol de vidas ganhava mais um item, sob a mais brusca mudança, sem o chão para dar passos, sem rumo, sem certezas, sem saber, enfim, o que seria viver. Sem Maira.
Reconstruir o caminho para gozar a vida, sabendo aproveitá-la, foi o trabalho mais árduo já executado em todas as vidas que vivi. E ele ainda não acabou. O começo dessa estrada está pavimentado. Onde ela vai me levar, não sei ainda.

______________________________________________
P.S.: Se eu pudesse, gostaria de agradecer mais uma vez à Maira por cada simples gesto de amor que me deu, por me fazer tão feliz, por redefinir meu viver.
Agradeço, sim, a cada pessoa que me deu apoio neste último ano, seja dando o ombro, seja me ensinando um passo de dança sem sequer conhecer minha história. De coração, obrigado.

4 comentários:

João Paulo Vani disse...

"De coração, obrigado", é assim, que cada um de nós que, de alguma forma participou (ou participa), dessas suas vidas, devemos agradecer a você, jovem belo e batalhador, honrado e amoroso, forte, como nenhum outro que jamais conheci; a você devemos agradecer por nos ensinar a folhear as histórias da vida real, a nos ensinar lidar com tragédias sob a luz da fé, jamais nos permitindo mirar a escuridão. A Deus, obrigado, por, em Deus, tê-lo sempre. Abraço.

Anônimo disse...

Agradeço à Maira por me levar até vc. Na verdade suas palavras de amor à ela me levaram a te conhecer e te amar como um amigo pra lá de especial. A sabedoria de Deus é imensurável.

Unknown disse...

Putsss..
voce eh foda..
fiquei sem palavras..
;~~~~
to chegando..

Anônimo disse...

Lembro até hoje como foi bom ter chegado numa escola recém formado com tantas dúvidas e ser tão bem acolhido por você, pela Maira e por todos da sua turma ( O Rafael foi 5ªfeira visitar depois de 10 anos de tantos sucessos) deve ser porisso que guardo os diários dessa turma tão maravilhosa até hoje ( um dia vou publicar suas notas aqui!!!) abraços de um amigo.