domingo, 3 de junho de 2007

Coexistence

Vezenquando
Num deserto de almas também desertas
Uma alma especial reconhece de imediato a outra
Sem efusões, se reconhecem
Foi no primeiro segundo do primeiro minuto
Trocavam músicas quasisempre
E cinema também, os dois gostavam
Pouco a pouco se aproximaram
Se conheceram, se misturaram
Tão lentamente que mal perceberam
Havia uma estranha e secreta harmonia

Foi tudo tão naturalmente
Como se de alguma forma inevitável
Histórias pessoais, passados, alguns sonhos
Pequenas esperanças e sobretudo queixas
Queixas daquela vida, daquele nó
Tudo que apertava no fundo do peito
Foi no último segundo do último minuto
Aqueles corpos pareciam corpos de quem nunca amou
E a gente acostuma com esse deserto
Que parece que nunca nunca vai terminar


(Inspirado em Caio Fernando Abreu)

Um comentário:

SAM disse...

VAI SIM VAI ACABAR QD MENOS SE ESPERAR